A juíza da primeira vara criminal de Sorriso, Emanuelli Chiaradia Navarro Mano, julgou parcialmente procedente a denúncia do Ministério Público contra os policiais militares Webert Batista Ribeiro e Ezio Souza Dias, por tentativa de homicídio por motivo fútil e que dificultou a defesa de Elisangela Moraes, baleada no rosto e pescoço, em janeiro, e seu namorado Osvaldo Pereira Gomes Neto. Os policiais serão submetidos à júri popular e a data será marcada.
Ezio foi absolvido da acusação por porte ilegal de arma de fogo. A magistrada entendeu que esse crime foi absolvido pelo crime mais grave, a tentativa de homicídio. O Ministério Público pode recorrer para que o porte também seja pronunciado. A juíza também negou o pedido da defesa para que os acusados aguardem em liberdade o julgamento.
“Não reconheço aos réus o direito de apelar em liberdade. E, isso se justifica a gravidade em concreto da infração penal e das repercussões que o fato dinamizou”. “Deixo consignado que, embora o acusado Weberth tenha tido, nas duas oportunidades em que foi ouvido que precisava de tratamento psicológico, recusou-se a ser atendido”. O advogado Jiuvani Leal, disse, ao Só Notícias, que a “assistência da acusação está satisfeita com a decisão de pronúncia, nos termos da juíza. Não recorreremos, vejo que foi uma decisão justa na qual pronunciou os dois policiais para que sejam julgados pelo tribunal com duas qualificadoras. Estamos satisfeitos. Acreditamos que o tribunal manterá a decisão em sua totalidade enviado para o júri popular”.
Consta na denúncia criminal que, no dia 17 de janeiro, a Polícia Militar recebeu diversas ligações anônimas relatando que os denunciados estariam em um estabelecimento comercial agredindo pessoas e efetivando disparos de arma de fogo. De acordo com relatos dos policiais ouvidos no inquérito, as denúncias afirmavam também que os dois haviam atirado contra uma mulher. “As imagens do circuito interno de segurança obtidas pela Polícia Civil indicam que” eles “se aproximaram das vítimas, que estavam sentadas, bem como encostadas numa parede, literalmente encurraladas, dificultando suas defesas, quando desfecharam o primeiro disparo de arma de fogo em direção a elas, simplesmente por que estavam em seu caminho”, diz trecho da denúncia do Ministério Público.
Após efetuarem o primeiro disparo, conforme o MPE, os denunciados passaram a agredir fisicamente as vítimas com tapas e socos. Segundos depois, um dos policiais retorna empunhando a arma de fogo e mirando em direção às vítimas, enquanto o outro dá sequência à sessão de tapas e soco, quando é possível perceber a ocorrência de mais um disparo contra o casal.
Os soldados foram presos. Elisangela foi submetida a cirurgia de reconstrução do maxilar que durou mais de 5 horas e teve alta duas semanas depois.