PUBLICIDADE

A volta por cima

PUBLICIDADE
Alexandre Garcia

Após sete meses de pandemia, que mandou as pessoas para casa e as tirou dos shoppings e restaurantes; que fez fechar as lojas e fábricas; que semeou pânico das covas e caixões que paralisou até pensamento – após esse tempo o noticiário diz que, segundo o IBGE, o Brasil está com quase 14 milhões de desempregados. Ora, esse número perde para o desemprego de Dilma, que não precisou de pandemia para paralisar pensamento. Em 2017, dados do IBGE mostraram, ao final do 1º trimestre, 14,2 milhões de desempregados. Um atraso que tirou 7% do PIB em dois anos, maior que o rombo do coronavírus. Em maio daquele ano a presidente foi afastada e a recuperação do emprego e retomada da economia logo começava, pois o brasileiro é resiliente.

O samba de Paulo Vanzolini poderia fazer parte dos hinos brasileiros “Levanta, sacode a poeira, dá volta por cima”. A frase diz tudo. A letra começa com “Chorei.” Todos choramos nossos mortos, nossas perdas econômicas, nossos empregos. Mas ao cabo da provação, não houve o caos, nem mesmo entre os de pouca renda e nenhum emprego. Não houve desordem. O governo ajudou, com o coronavoucher, mas o brasileiro é que sacudiu a poeira do vírus.

Numa paralisação de que ainda não se avaliaram resultados, fecharam-se 357 mil empresas entre abril e agosto, mas só em julho, mês em que houve a virada da curva de mortes,  foram criadas cerca de 300 mil empresas, a maioria micro e pequenas. Brasileiros que perderam seus empregos na fábrica, no restaurante, atrás dos balcões, se tornaram empreendedores, em atividades por conta própria. Antes de abril, o Brasil tinha 18 milhões 297 mil empresas; no fim de agosto, eram 19 milhões 289 mil. A iniciativa, a coragem, criaram 1 milhão de novos empreendimentos.

O agro não parou; brasileiros passaram a trabalhar em casa; o governo continuou inaugurando obras; os médicos brasileiros descobriram a forma de bloquear o inimigo aos primeiros sintomas; as escolas perceberam que o futuro seria derrotado se não reagissem ao medo; os que tentaram oprimir as liberdades acabaram cedendo à cultura nacional, que tem no Hino da Independência a estrofe  “os grilhões que nos forjava a perfídia astuto ardil/ houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil”. Por isso levantamo-nos, sacudimos a poeira e damos volta por cima. O espírito nacional é mais forte que o astuto ardil.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

País de surpresas

No Brasil os acontecimentos conseguem andar mais rápido que...

Na nossa cara

Quem chegou ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos na...

Segurança federal ?

O Presidente Lula talvez tenha querido desviar as atenções...

Lições municipais

Consolidou-se no segundo turno a força do centro-direita que...
PUBLICIDADE