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Refúgio é construído para ‘salvar’ animais silvestres devido às queimadas em Mato Grosso

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Redação Só Notícias

O Corpo de Bombeiros iniciou a construção de um refúgio dentro da unidade de conservação para proteger do fogo a fauna que habita o Parque Estadual Encontro das Águas. A área de cerca de sete mil hectares foi escolhida por ter via de acesso por uma fazenda vizinha e por ser uma formação florestal que, além de ainda não ter sido atingida pelo fogo, permanece muito verde e densamente vegetada mesmo com a seca.

“Temos diversas frentes de fogo avançando sobre o Parque e tememos que o fogo avance deixe esses animais encurralados. É por isso que estamos construindo uma área para onde eles possam fugir e se esconder e nós os protegeremos do fogo nesta área”, explica o coronel Bombeiro Militar Paulo André Barroso, que também responde pela secretaria executiva do Comitê Estadual de Gestão do Fogo.

O capitão Bombeiro Militar Leandro Alves explica que estão sendo combinadas várias técnicas para isolar a área escolhida, impedindo que o fogo alcance o local. Enquanto as máquinas trabalham para remoção de vegetação, criando um aceiro mineral, outra frente usa a técnica de contrafogo para que os aceiros negros impeçam que os incêndios cheguem até refúgio.

Os bombeiros militares estão sediados na Fazenda São João, vizinha ao Parque, e atuando no monitoramento e defesa do Parque durante 24 horas. São 4 equipes se revezando initerruptamente para impedir que o fogo entre na área delimitada.

Com uma área de 108 mil hectares, a unidade de conservação estadual abriga rica biodiversidade do Pantanal mato-grossense. Estima-se que as áreas protegidas da maior planície alagável do mundo sejam habitadas por cerca de oito onças a cada 100km2. A alta densidade do felino nas unidades de conservação do Pantanal são um indicativo de alta qualidade ambiental.

De acordo com o Centro Integrado Multiagências, cerca de 55 mil hectares de área do Parque Estadual Encontros das Águas foram atingidos pelo fogo. O Pantanal vive a maior seca dos últimos 47 anos. A falta de chuvas e seca dos rios e corixos colocam Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres como os três municípios com maior número de focos de calor. A estimativa é que fogo já tenha alcançado mais de um milhão de hectares em todo Pantanal mato-grossense.

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