Foi controlado hoje, o incêndio que ameaçava a fazenda Descalvados, que é patrimônio histórico e cultural localizado à margem direita do rio Paraguai a 135 quilômetros do centro de Cáceres (219 quilômetros de Cuiabá). Segundo informações da Sala de Situação Descentralizada do Comando Regional, os focos de fogo começaram no dia 21 do mês passado, longe da sede, mas devido às condições climáticas o incêndio passou a ameaçar a fazenda no dia 27.
O Ciman foi acionado e disponibilizou uma equipe de 13 combatentes, sendo dois bombeiros e onze militares do Exército Brasileiro. Nos dois primeiros dias de trabalho, a guarnição concentrou os esforços em proteger a sede da Fazenda Descalvados e criar uma frente de combate para impedir que fogo chegasse à Unidade de Conservação Federal Estação Ecológica de Taiamã e pulasse o rio Paraguai. No sábado e no domingo (29 e 30/08) equipes construíram aceiros para proteger as residências dos ribeirinhos.
Ontem, houve uma reignição do foco dormente próximo à sede da Fazenda e foi realizado o combate durante todo o dia, controlando a situação hoje. A equipe também recebeu o apoio dos atuais proprietários da Fazenda, que disponibilizaram maquinários para construção de aceiros, a fim de evitar maiores danos ao patrimônio.
“Além da construção de aceiros, equipes realizaram o combate direto a vários focos que ameaçavam adentrar a sede do patrimônio histórico e cultural. Sem dúvida, seria um grande prejuízo cultural para a história de Mato Grosso, caso o fogo atingisse o local”, relatou o Tenente Coronel BM Vicente, Comandante Regional V.
A fazenda Descalvados foi tombada em 2001 pela secretaria de Estado da Cultura do Mato Grosso e sediou uma indústria de caldo de carnes no século XIX. Nesse período, toneladas de carne enlatada eram enviadas para os Estados Unidos e Europa.
Atualmente pertence a uma família de Cáceres e todo o parque industrial está desativado e parte em ruínas. A Fazenda teve grande destaque na pecuária, sendo especialista na produção do caldo de carne. Descalvados, assim como as demais fazendas históricas e usinas de açúcar que estão situadas na Bacia Pantaneira, às margens do rio Paraguai é um dos mais significativos testemunhos da dinamicidade histórica cultural de Mato Grosso, rico por sua diversidade. Atualmente abriga uma Unidade de Pesquisa da Unemat.