Os resultados de pesquisas com a cultura do amendoim mostram mais uma possibilidade de produção de leguminosa para Mato Grosso. De acordo com pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) as cultivares da Embrapa registradas em 2017 apresentam alto teor de ácido oleico, apresentam elevadas produtividades em algumas regiões produtoras do estado e todas as novas linhagens produziram mais do que as cultivares do ensaio.
“Em Santo Antônio do Leste, obtivemos 5.764 Kg de amendoim em casca por hectare (kg.ha-1) média de amendoim em casca. Na lavoura de Campo Verde, obtivemos 5.543 kg.ha-1, média de amendoim em casca. E em Sorriso, 4.975 kg. ha-1, média de amendoim em casca”, revelou Jair Heuert, pesquisador da Embrapa.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), atenta à demanda mundial por alimento, ao perfil produtivo do estado e da potencialidade da produção de amendoim em Mato Grosso, está acompanhando esses resultados de pesquisa e tem procurado criar ambientes favoráveis para futuros negócios.
“Nós reconhecemos a importância do desenvolvimento de mais uma cadeia produtiva para nosso estado. O governo tem apoiado a produção de amendoim através de incentivos fiscais, de criação de linhas de crédito e de atração de novos investimentos”, afirma Carlos Izaltino Bolzan, superintende de Agronegócios da Sedec.
O Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder) é um dos que possibilita aumentar a competitividade da produção mato-grossense com os concorrentes de outros estados. Os produtores de amendoim inscritos neste programa têm 50% de desconto do valor do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Outro estímulo do governo de Mato Grosso é o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) que incentiva a instalação e transformação da matéria prima produzida no estado.
“É muito importante a parceria da Sedec com a cadeia produtiva de amendoim. As pesquisas agrícolas estão mostrando que essa cultura é viável no estado e tem atraído produtores de fora do país e empresas que querem investir em Mato Grosso”, destacou Leandro Lodea, produtor em Sorriso.
A intenção do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim é, segundo o pesquisador Jair Heuert, disponibilizar em um prazo de três anos para os produtores mais variedades adaptadas às diferentes regiões de Mato Grosso.
“Estamos focados na genética e desenvolvendo pesquisas em áreas marginais, em solos arenosos e irrigados. Acreditamos que tão logo teremos cultivares para atender todas as regiões do estado”.
Conforme a pesquisadora Tais Suassuna, da Embrapa, os campos experimentais bem como as lavouras comerciais tem mostrado que há condições em algumas regiões de Mato Grosso muito favoráveis para produção de qualidade de amendoim. “Os indicativos da safra 19/20 nos possibilitam ainda mais recomendações sobre aumento da produtividade considerando a época de plantio e o uso da tecnologia”, reforçou a pesquisadora.