A reprodução simulada dos fatos em relação à morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, que será realizada hoje, a partir das 18h30 pela Polícia Civil e Perícia Técnica e Identificação Oficial (Politec), contará com um grupo de 41 profissionais entre investigadores, escrivães, delegados e peritos que atuarão na execução das ações. A reconstituição dos fatos tem o objetivo de esclarecer qualquer dúvida que ainda exista na investigação quanto às versões apresentadas. Serão reproduzidos cada movimento efetuado pelas partes, para apontar a compatibilidade das versões apresentadas na investigação. Na reprodução será verificada se a versão da adolescente é possível e compatível com os laudos da perícia.
Participarão dos atos familiares da adolescente que efetuou o disparo. A Polícia Civil providenciou atrizes, com estaturas e pesos compatíveis, que representarão as duas adolescentes no ato. Outras pessoas que também estiveram no local do fato também farão parte da reconstituição. Alguns atos serão reproduzidos individualmente e outros coletivamente, conforme a dinâmica dos fatos e a versão de cada participante.
Todos os atos que compõem a reprodução serão registrados em imagens (fotografia e vídeo) pela Politec. Após a reconstituição, os delegados da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e da Delegacia dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cuiabá (Deddica), que presidem o inquérito, irão analisar se serão necessários novos depoimentos.
O delegado Wagner Bassi estima que a conclusão do inquérito deva ocorrer em dez dias após o laudo pericial da reprodução. Este prazo pode variar de acordo com a complexidade do ato.
A partir da entrega do laudo, será realizada a análise do conjunto probatório que compõem o inquérito incluindo todos os laudos periciais produzidos (necropsia, local de crime, confronto balístico e reprodução simulada), depoimentos, relatórios de aparelhos de telefonia celular, relatório de vídeos e imagens, entre outros atos investigatórios, quando então será feito o relatório de conclusão do inquérito policial, bem como do Auto de Apuração do Ato Infracional.
As perícias complementares solicitadas pelo advogado de defesa estão sendo analisadas pelos delegados responsáveis pelas investigações. Os aparelhos de telefonia celular apreendidos foram submetidos a procedimento de extração de dados e posterior confecção de relatório de análise formalizado pela Diretoria de Inteligência, conforme quebra de sigilo telefônico determinada judicialmente. Em análises de aparelhos foram constatadas mensagens apagadas. Medidas técnicas estão sendo adotadas a fim de recuperar essas mensagens.
A Polícia Civil reforçou mais uma vez que está se empenhando e utilizando todos os recursos investigativos e técnicos existentes para esclarecer o crime que chocou a sociedade mato-grossense e todo o Brasil.