O PDT repudiou e condenou as falas do deputado federal Nelson Barbudo (PSL), que comemorou a morte do bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, falecido no dia 8 de agosto em Batatais (SP) vítima de complicações respiratórias, aos 92 anos. “O bispo desencarnou no inferno há poucos dias. Ele desencarnou e o capeta que o tenha em um bom lugar, pois lugar de comunista, para mim, é no inferno. Eu não estou contra os índios, eu só não respeito comunista. Para fazer trabalho social em razão dos pobres não precisa tomar terra de outro”, condenou Barbudo, em live em O Bom da Notícia, o parlamentar chamou o religioso de comunista e disse que seu lugar é no inferno.
Dom Pedro Casaldáliga é respeitado mundialmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, dos povos indígenas e contra os latifundiários e grileiros. Por outro lado, Barbudo representa o oposto do religioso. Ele se apresenta como parlamentar ruralista, defensor da propriedade e do armamento e usa seu mandato para buscar influência no Incra, órgão federal que regula a reforma agrária.
Na nota, o PDT, representado pelos diretórios estaduais, de Cuiabá, Várzea Grande e pela Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, repudiou a “atitude insana, antidemocrática e de delírio do deputado federal Nelson Barbudo (PSL), que envergonha, não só os mato-grossenses de nascimento e de coração, mas, também todo o Congresso Nacional brasileiro”.
Para o partido, Barbudo desrespeita a memória de Casaldáliga e a diversidade do povo mato-grossense. “O parlamentar não sabe o seu devido lugar no cenário político brasileiro. Ele é adepto ao discurso e comportamento de ódio, da divisão e da destruição das lutas populares. O deputado se esquece que é uma liderança que deve respeitar as bases populares, com suas crenças, devoções, religiosidade e costumes”.
O PDT recomenda que Barbudo melhore sua atuação na Câmara dos Deputados e que elabore leis para diminuir as desigualdades existentes no Brasil e lembrou que “o deputado é pago honestamente com os impostos retirados dos bolsos dos cidadãos comunistas, liberais ou não”.
Por fim, a nota pede que Barbudo seja conciliador, que não “tripudie em cima de cadáveres”, que respeite “a história dos posseiros e vítimas do latifúndio condenado por Dom Pedro” e lembra o discurso de Casaldáliga: “Como dizia o bispo: não ficaremos calados com as injustiças. E como ele na sua missão de profeta, seremos a voz de Pedro, que não tem mais voz. Mas, estamos indignados com o senhor Barbudo, como o bispo estaria”.