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Governo se reúne com fundo saudita para investir no projeto da Ferrovia Sinop-Miritituba

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Ricardo Botelho/assessoria)

O governo federal recebeu, esta semana, representantes do Fundo Soberano da Arábia Saudita para apresentar os principais projetos econômicos de desenvolvimento e infraestrutura que estão em andamento no país. O Ministério da Infraestrutura participou do encontro virtual e apresentou o projeto da ferrovia Sinop-Miritituba, a “Ferrogrão”, que deve receber R$ 8,4 bilhões em investimentos privados.

A secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias (SFPP), Natália Marcassa, representou o MInfra na reunião e fez alguns comentários sobre o projeto que irá transformar o setor logístico de cargas brasileiro. “A Ferrogrão é o projeto de maior importância para o desenvolvimento do Brasil. Seu efeito transformador no setor logístico promoverá, de imediato, a redução no valor dos fretes rodoviários. Além disso, possui alto percentual de ganho, com uma taxa de retorno na ordem de 11%”, declarou aos investidores, conforme divulgado pela assessoria.

O Ministério afirmou que o projeto da Ferrogrão tem importância estratégica para o Oriente Médio, já que o Brasil é o maior exportador de produtos agropecuários para a região e a nova linha férrea irá escoar boa parte dessa produção, como a soja e o milho cultivados na região Centro-Oeste. Segundo a assessoria da pasta, os representantes do Fundo ficaram satisfeitos com as explicações dadas e mostraram-se abertos a novas conversas para possíveis investimentos nos projetos brasileiros.

Na semana passada, conforme Só Notícias já informou, o Ministério da Infraestrutura encerrou um evento denominado “roadshow” da “Ferrogrão”. Ao todo, foram seis encontros virtuais com potenciais investidores nacionais e internacionais. Gestores de fundos de investimento também participaram.

O roadshow contou com CEOs de empresas de infraestrutura e de bancos de investimento, como o New Developing Bank (NDB) e a gestora de ativos, Pátria Investimentos. Os executivos tiraram dúvidas pontuais sobre o andamento do projeto e sugeriram possibilidades econômicas que possam tornar o contrato mais atrativo para o leilão.

“Para mim, a Ferrogrão é o projeto mais importante do Brasil. Estamos falando de agronegócio antes e depois da ferrovia. Estamos modelando um contrato que será bem-sucedido. Todos os cuidados de natureza ambiental também estão sendo bem endereçados. Não tenho dúvidas que teremos sucesso nessa concessão”, afirmou o ministro, no mês passado.

O roadshow da Ferrogrão foi criado pelo ministério em conjunto com a SPPI, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Atualmente, a modelagem proposta da concessão está sob avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a ferrovia também possui importância ambiental, já que, com o início da sua operação, a emissão de CO2 será reduzida em um milhão de toneladas por ano. A assessoria da pasta informou ainda que o governo federal está comprometido em “aprovar a licença ambiental prévia do empreendimento”.

A ferrovia terá um trilho de 933 quilômetros, e um possível adicional de 177 quilômetros até Lucas do Rio Verde. São previstos R$ 8,4 bilhões em investimentos iniciais e R$ 13,1 bilhões em investimentos recorrentes, durante os 65 anos de concessão. A Ferrogrão terá capacidade de transportar 25 milhões de toneladas, logo no primeiro ano da concessão. Em 2050, a previsão é que consiga transportar 42 milhões de toneladas.

Sua implementação consolidará o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte, ligando o Norte de Mato Grosso até o porto paraense. Estão previstos, também, o ramal de Santarenzinho, entre Itaituba e Santarenzinho, no município de Rurópolis (PA), com 32 quilômetros, e o ramal de Itapacurá, com 11 quilômetros.

O projeto faz frente à expansão da fronteira agrícola brasileira e à demanda por uma infraestrutura integrada de transportes de carga. O empreendimento aliviará as condições de tráfego na BR-163/PA, diminuindo o fluxo de caminhões pesados e os custos com a conservação e a manutenção.

A ANTT já aprovou o Plano de Outorga, acompanhado dos estudos técnicos e das minutas de edital e de contrato para a concessão. O ministério da Infraestrutura informou que as obras da Ferrogrão iniciarão em Sinop seguindo até o Porto de Miritituba com previsão que o leilão de concessão para a construção e operação ocorra no 1° trimestre de 2021.

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