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Morre bispo Casaldáliga, uma das maiores lideranças católicas de Mato Grosso; Mauro decreta luto

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Só Notícias (foto: divulgação)

O Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, morreu aos 92 anos de idade, esta manhã, em Batatais, no interior de São Paulo. Ele foi internado após problemas respiratórios e agravamento da doença de Parkinson. O governador Mauro Mendes decretou luto de três dias pela morte da liderança católica.

A Universidade do Estado de Mato Groso (Unemat) também emitiu nota e afirmou que o legado do religioso está entrelaçado com a história da instituição. O primeiro título de Doutor Honoris Causa concedido pela universidade foi entregue a Casaldáliga, em janeiro de 2018, em “reconhecimento à luta pela permanência do câmpus no município de Luciara, no Araguaia, uma entre tantas batalhas que o bispo travou para que as populações mais pobres e indígenas da região tivessem consciência de seus direitos e lutassem por eles”.

Pere Casaldáliga i Pla nasceu em Balsareny, província de Barcelona, em 16 de fevereiro de 1928. Em 1968, quando se mudou para o Brasil, tinha a incumbência de fundar uma missão pela congregação religiosa a que pertenceu – Congregação dos Missionários Claretianos.

Fundador da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, Dom Pedro ganhou notoriedade internacional ao denunciar atos de madeireiros, policiais e grandes proprietários rurais no regime militar contra posseiros, peões e povos indígenas.

Autor de inúmeros livros, Dom Pedro teve ao longo dos anos sua trajetória retratada por vários autores em obras como “Nós, do Araguaia: Dom Pedro Casaldáliga, bispo da teimosia e liberdade”, “São Félix/Brasil: Uma Iglesia que lucha contra la injusticia” e “Descalço sobre a terra vermelha”, de Francisco Escribano, que dá origem ao filme de mesmo nome ganhador do Prêmio Gaudi em 2015.

Com a saúde bastante debilitada, em função da doença de Parkinson, responsável pela sua renúncia à Prelazia em 2005, Dom Pedro Casaldáliga viveu seus últimos anos em São Félix do Araguaia, em companhia de freis agostinianos. “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”, era um de seus lemas.

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