O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, criticou a quarentena obrigatória imposta pela justiça em Cuiabá e Várzea Grande, que durou até a semana passada, e admitiu que o Governo do Estado publicou o decreto 573, na sexta-feira (24), para favorecer a economia e acabar com o “lockdown da hipocrisia” na baixada cuiabana. Ele citou como exemplo para a adoção das medidas a situação de Sinop, que mantém o comércio em funcionamento mesmo com os índices de contaminação do novo Coronavírus em alta.
‘Tudo que a gente não pode ser é hipócrita. Era o lockdown da hipocrisia. Era o que estava acontecendo na baixada cuiabana. Quem estava pagando esta conta eram três ou quatro segmentos: eram as lojas que vendem roupas, sapatos, eletrodomésticos e shopping center. Qual outra atividade estava fechada até este decreto? Nenhuma atividade estava fechada. Todas estavam funcionando normalmente. Ou seja, esses três segmentos estavam pagando a conta da sociedade inteira. Eles que são os únicos responsáveis pelo índice de contaminação?”, questionou em entrevista à Rádio Nativa FM, de Cuiabá.
Carvalho sustentou a decisão de flexibilizar a economia e analisou que os excessos registrados no final de semana, com funcionamento de casas noturnas e festas clandestinas que repercutiram mal em todo Brasil, e deram aspecto negativo ao decreto. Ele disse que já trabalha em parceria com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande para reforçar a fiscalização e colocou as forças de segurança do Estado à disposição.
Também citou Sinop como exemplo de cidade que consegue atravessar a pandemia sem impor restrições severas ao comércio e que, conforme Só Notícias informou, já registra recuperação da economia e da geração de empregos.
“Teve municípios que estavam no [índice de classificação de risco elaborado pelo Governo] muito alto, como Sinop, que nunca fechou nada. Sempre teve uma vida normal, inclusive com as escolas particulares funcionando normalmente. Então, o que estava acontecendo era que você saia em Cuiabá e Várzea Grande e encontrava tudo aberto e as únicas fechadas eram as lojas, bares, restaurantes e lanchonetes. O resto estava tudo aberto. Que hipocrisia é essa? Era um sacrifício de uma minoria que estava pagando esta conta. A verdade é esta. Era o lockdown da hipocrisia, o lockdown da fake news”, concluiu.