A assessoria do hospital onde está internado há quatro dias o cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, informou, há pouco, que segue com quadro de infecção intestinal e os médicos decidiram trocar da medicação. Hoje, o líder indígena permaneceu em bom estado geral, lúcido e orientado, sem febre, com a pressão arterial controlada e sem mais anormalidades.
“Embora tenham sido utilizados antibióticos de primeira escolha, algumas infecções não respondem como esperávamos. Isso só é possível analisar, depois de alguns dias de tratamento. Por isso, ontem, no final da tarde, optou-se por mudança na medicação. Novos exames foram feitos para apontar se vão ser necessárias novas mudanças ou se os remédios que estamos usando agora revolvem o problema,” explicou o médico e diretor da unidade Douglas Yanai.
Ainda ontem, o cacique passou por avaliação cardiológica e pneumológica. Os exames apresentaram fibrilação atrial e enfisema de longa data. “Nossa equipe fez exames de rotina e acabou detectando as duas patologias, mas isso não tem nenhuma relação com as infeções e as úlceras que estamos tratando, com as quais ele chegou aqui. É um cuidado, um capricho nosso, não deixar passar nada, por se tratar de um paciente com idade mais avançada. Vamos continuar o tratamento da infecção e monitorando no geral”, afirmou Yanai.
Ontem, o líder do povo Kayapó recebeu a visita do bispo diocesano de Sinop, dom Canísio Klaus, que levou mensagem em nome Núncio Apostólico de Brasil desejando melhoras.
Conforme Só Notícias já informou, a família acompanha Raoni, que é conhecido mundialmente pela luta em defesa dos povos da Reserva Nacional do Xingu. Ele está hospitalizado desde sábado em Sinop. Há poucas semanas, o líder indígena perdeu a esposa Bekwyjkà Metuktire, de 90 anos, que morreu na aldeia Metuktire, no parque do Xingú.