Mesmo com a indefinição de calendário para realização da eleição suplementar que vai escolher o substituto da senadora cassada Selma Arruda, o ex-governador, ex-senador, ex-deputado e ex-prefeito de Várzea Grande, Júlio Campos (DEM), demonstra interesse e força para permanecer no páreo. Vídeo recente mostrando sua trajetória na política circula pelos aplicativos de mensagens nos telefones celulares e mantém a militância ativa diante de tantas incertezas.
Ao Só Notícias, Júlio confirmou o interesse em permanecer na disputa, mas demonstrou preocupação com a falta de um calendário definido. A votação deveria ter sido realizada no dia 26 de abril, mas foi suspensa, em março, com a chegada da pandemia do novo Coronavírus e não teve nova data marcada nem com a decisão de prorrogar as eleições municipais para novembro. Advogados e até o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso já consultaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda não há decisão. “Estamos firmes e fortes aguardando uma data, mas ainda não saiu nada”, declarou Júlio.
Assim como a maioria dos 11 candidatos que passaram por coligação e que se habilitaram para o pleito, Júlio Campos acredita que a nova eleição seja realizada em novembro junto com a escolha de prefeitos e vereadores. Se isso acontecer, ele defende que um novo calendário seja estabelecido e que novas convenções sejam realizadas. “Acredito que as convenções anteriores serão anuladas e novas serão realizadas. Com as eleições municipais o cenário muda e novas alianças partidárias devem ser feitas”, completou.
A cautela do político com as palavras se justifica pela confusão causada em torno da substituição de Selma, cassada pelo TSE em dezembro e condenada por abuso de poder econômico e prática de caixa 2. Logo após o cancelamento das eleições, o terceiro colocado no pleito de 2018, Carlos Fávaro (PSD) conseguiu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar o cargo interinamente. Recentemente, Fávaro entrou com ação pedindo a anulação dos votos de Selma Arruda para que ele seja oficializado na vaga.
“O cenário está muito confuso. Se o Fávaro tiver êxito nesta tese, e sabemos que tudo pode acontecer, não teremos mais eleição. Então, quem disser que é candidato agora, está mentindo”, resumiu Júlio Campos.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Gilberto Giraldelli, defende que a eleição suplementar ao Senado ocorra em 15 de novembro, juntamente com a de prefeitos e vereadores. Com isso, a justiça eleitoral deixará de gastar cerca de R$ 11 milhões.