O juiz Rafael Depra Panichella negou um novo pedido para soltar o principal suspeito de assassinar Rosana Patrícia Ferreira, 26 anos. A vítima, que era casada com o acusado, foi assassinada a facadas, em novembro do ano passado, na residência do casal, localizada no bairro Sol Nascente, em Tabaporã (190 quilômetros de Sinop).
Em maio, o magistrado já havia negado pedido de liberdade. Na época, ele destacou que o crime “abalou a comunidade local”, que o suspeito só foi capturado após “constante perseguição policial” e que não houve fatos novos que autorizassem a soltura do acusado.
Agora, o juiz analisou novo pedido da defesa, que apontou ausência de requisitos para manutenção da prisão preventiva e solicitou a fixação de medidas cautelares. Ainda destacou que o acusado é hipertenso e, portanto, faz parte do grupo de risco em caso de contágio pelo novo coronavírus.
O magistrado, porém, não acatou os argumentos da defesa. “Isso porque, atualmente, conta com 32 anos de idade, não se amoldando ao conceito legal de pessoa idosa, logo, não se enquadra no grupo de risco de contaminação do novo Coronavírus pelo requisito da idade ou pelas demais circunstâncias. Do mesmo modo, além da alegação de acometimento por hipertensão não encontrar comprovação nos autos, ainda que se admitisse a veracidade de tal informação, referida enfermidade, por si só, não colocaria o réu no grupo de risco de contágio”, disse Panichella.
O juiz também refutou os “laços familiares” entre o suspeito e os filhos, apontados pela defesa. Para o magistrado, a figura paterna “é prescindível para os cuidados dos menores em questão que, diga-se de passagem, os laços familiares citados pela defesa não impediram o requerente de, a princípio, ceifar a golpes de arma branca a vida da mãe de seus filhos menores, demonstrando que não possui respeito às regras de convivência na sociedade, tampouco a vida humana, sendo que posto em liberdade poderá gerar perigo a sociedade e ao Estado”.
Conforme informações registradas no boletim de ocorrência, Rosana foi encontrada pelo irmão do acusado já em óbito. O homem, que foi avisado pelo irmão para ir até a casa, ainda encontrou uma faca suja de sangue em cima de um sofá.
O acusado foi preso horas depois do crime e encaminhado para o presídio de Porto dos Gaúchos. Ele já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE).