O delegado de Polícia Civil, Carlos Eduardo Muniz, confirmou, há pouco, em entrevista coletiva, que foi identificado e constatado, de forma técnica, que Gustavo Ramos, de 23 anos, era o motorista da GM S10 branca que atingiu um caminhão (estacionado) nas proximidades da avenida das Itaúbas, no centro, em abril. No acidente, a jovem Marina Laura Centena Duarte Viera, 17 anos, faleceu. A investigação policial concluiu que o filho da prefeita Rosana Martinelli era passageiro e não condutor como chegou a ser cogitado porque a caminhonete pertence a família da gestora.
À época, Gustavo se apresentou na delegacia, mas devido a conflitos dos outros depoimentos havia dúvidas sobre a versão. Exames e perícia foram solicitadas. De acordo com o delegado, no celular de Marina havia vídeos que mostravam Gustavo na direção, além disso sangue no airbag no lado do motorista comprovaram que era seu material genético. “A partir do momento desde o acidente começamos a investigar os fatos e tivemos um série de conflitos entre as testemunhas. Muitas vezes o depoimento não batia com aquilo que estava sendo levantado. Uma pessoa, no começo da investigação, se apresentou como sendo o motorista, que era ocupado por sete pessoas, uma dirigia, a vítima no banco do passageiro e mais cinco no banco de trás. Todos os sobreviventes foram ouvidos, inclusive mais de uma vez. Precisávamos tirar todas as dúvidas”, apontou o delegado.
“Buscamos provas técnicas porque havia uma séria de conflitos entre as versões das testemunhas. A primeira prova foi alguns vídeos no celular da própria vítima. Nesse dia, ela fez quatro vídeos e quem aparece conduzindo é a pessoa que se apresentou. Esse acidente ocorreu entre 4h27 e 4h30h. O último vídeo que localizamos, como o celular que a vítima utilizava o horário é identificado pela rede e é preciso, o horário do último vídeo era às 4h27. Se houvesse uma troca de motorista teria que ser rápida. Isso pode acontece? Pode, você para em algum lugar e troca. A segunda etapa, durante o atendimento no local de crime, o policial e o perito recolheram o airbag do veículo que apresentava quatro pequenas manchas de sangue. Quando encaminhamos esse airbag para que fosse realizado o exame de DNA, as quatro manchas de sangue eram da mesma pessoa”, expõe Carlos Eduardo.
Ainda de acordo com o delegado, todas as provas apontam para o jovem. “Hoje, por todas as provas técnicas que foram levantadas podemos concluir que quem estava dirigindo foi a pessoa que se apresentou. Temos convicção disso pelas provas técnicas, pelo próprio conflito do depoimento. Depois fizemos nova oitiva justamente para entender as versões. A polícia está satisfeita com o trabalho feito”. “É um inquérito que gerou muita polêmica e quero deixar bem claro para todo mundo. Não estamos preocupado com A e B. Estamos preocupados com a verdade. Estamos preocupados em trazer a verdade para quem está confiando na polícia, a verdade para a família da vítima”, afirmou o delegado.
“Ele será indiciado. O inquérito vai ser encaminhado ao promotor para que faça denuncia ao judiciário”. Gustavo responderá por homicídio culposo na direção de veículo, qualificado pela ingestão de álcool. Se condenado, poderá pegar até oito anos de prisão.