O prefeito de Guarantã do Norte, Érico Stevan (DEM), disse que, ainda hoje, vai responder negativamente à ação recomendatória conjunta dos promotores de justiça que orientam, entre outras medidas, a adoção do toque de recolher das 20h às 5h e restrições comerciais para evitar a proliferação da pandemia do novo Coronavírus em Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matupá, Novo Mundo e em Guarantã.
De acordo com o prefeito, Guarantã vive uma situação diferente das cidades vizinhas. O último boletim da prefeitura, divulgado ontem, mostra que, desde o começo da pandemia, registrou 153 casos positivos, sendo que 74 já estão recuperados e duas pessoas morreram. Atualmente, são 75 contaminados em isolamento domiciliar e dois internados em enfermarias. São estes argumentos, aliados à estrutura de saúde disponibilizada pelo município, que o prefeito vai usar para negar as recomendações do Ministério Público.
“Eu não posso ser punido pelo investimento que fiz na saúde. Tenho um Hospital Municipal muito bem equipado bem antes da pandemia. São nove respiradores, quatro salas de estabilização que têm os mesmos equipamentos de UTI e só não é uma UTI porque não tem o médico intensivista, tenho quatro ambulâncias UTI e outra chegando, e não tenho nenhum paciente internado. Então, não posso ser comparado a um município que não tem estrutura e ser punido por isso”, disse em primeira mão ao Só Notícias.
“Por isso é que nós somos contra o lockdown e contra fechar o comércio. Nós temos que gerar emprego e renda. Nós estamos, realmente, preocupados com a saúde financeira do município, o que não quer dizer que não estamos enfrentando esta doença. Travamos parques, praças e espaços públicos”, completou Stevan, referindo-se ao decreto que estabelece restrições na cidade, incluindo aglomerações em shows e eventos esportivos e suspensão das aulas presenciais.
No entanto, o gestor disse que pode rever seu posicionamento caso haja aumento no número de contaminados. “Cada momento é um momento. Hoje eu estou fazendo este discurso, e escrevendo isso, porque eu não tenho nenhum caso grave no meu hospital”, destacou.
As recomendações do Ministério Público resultam de uma reunião realizada semana passada com os prefeitos das cinco cidades vizinhas. Além do toque de recolher e fechamento do comércio a partir das 20h, os promotores orientam para que seja determinada quarentena domiciliar para pessoas com idade superior a 60 anos e que estejam no grupo de risco, suspensão de atividades de lazer, religiosas, de aulas presenciais, proibição de consumo de bebidas em bares e criação de lei municipal proibindo aglomeração de pessoas fora do núcleo familiar em ambientes privados.
Ontem, o prefeito de Matupá implantou toque de recolher porque o município está na classificação de risco muito alto de contágio, assim como 21 cidades, incluindo Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.