O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) propôs, hoje, colocar equipes com médicos e enfermeiros para monitorar os pacientes suspeitos de Covid-19 no Estado e que o poder público disponibilizasse medicamentos (vitamina D, zinco, prednisona, ivermectina, Azitromicina,, nitazoxamida, Enoxaparina e hidroxicloroquina) para as pessoas suspeitas. O diretor do sindicato, Adeildo Lucena, defende que, “independente da classe social ou de ter o atendimento na UPA ou em um hospital para tratar no início impedindo que o quadro se agrave para evitar novas internações, já que estamos com 94% da taxa de ocupação de UTIs em Mato Grosso, um colapso. Não é só atender e medicar. Se faz necessário acompanhar os pacientes suspeitos ou já confirmados. A coordenação dos cuidados é muito importante para se antecipar o agravamento dos casos. Com uma coordenação adequada isso pode ser feito na atenção primária, que dispõe de profissionais competentes e comprometidos. Só precisam de proteção e condições de trabalho. Médicos têm, o que falta é gestão”, apontou o médico e diretor de Comunicação do Sindimed.
“Nenhuma unidade de saúde de Cuiabá possui os medicamentos e não tenho notícias que já existiram alguma vez. Tem muitos médicos prescrevendo precocemente esses medicamentos, mas os pacientes não encontram nem nas farmácias. Quando muito conseguem mandando manipular”, afirma, ao expor que o sindicato recebeu denúncias de médicos, da linha de frente de combate ao Covid-19, que alguns pacientes têm voltado aos consultórios afirmando que não estão encontrando medicamentos.
O avanço dos casos de Coronavírus em Mato Grosso, a estrutura nos hospitais e UPAs para combater a doença foram debatidos, hoje, na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Dois médicos morreram de Covid-19 em Mato Grosso e há registro de 112 infectados desde o início da pandemia, segundo levantamento do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM). “O quadro deve se agravar já que os médicos estão atendendo pacientes em salas sem ventilação adequada para diminuir a transmissibilidade do vírus, consultórios com janelas que muitas vezes dão para corredores dentro do próprio estabelecimento de saúde, isso tudo torna as unidades de saúde um lugar “perigoso”, muito insalubre”, alerta o diretor do sindicato. Foi debatida a ideia de se atender pacientes em tendas que teriam a ventilação necessária para evitar que mais profissionais de saúde e pacientes que buscarem atendimento médico nas unidades de saúde se contaminassem propagando ainda mais o Covid-19.
O Sindimed acrescenta que “esse é o momento de pensar em diminuir a transmissão, não podemos deixar a população sem atendimento, mas os profissionais de saúde não podem trabalhar infectados e se tornarem vetores do Covid-19. Nós nos formamos para salvar vidas, mas não deixamos de ser humanos suscetíveis a esse vírus como qualquer pessoa”, concluiu o diretor.
O boletim deste domingo apontou 14.654 casos de Coronavírus desde o início da pandemia e 556 mortes.