Morreu, aos 90 anos, na aldeia Metuktire, no parque do Xingú, a líder indígena Bekwyjkà Metuktire, esposa do Cacique Raoni. “Com a saúde já bastante comprometida e bem debilitada devido a idade avançada, Bekwyjkà teve complicações devido a um infarto agudo do miocárdio, seguido por acidente vascular encefálico”, informa o Instituto Raoni.
A neta, Mayalú Txucarramãe, descreveu que, “por medo da pandemia do COVID-19 ela não foi removida para a cidade, ela não aguentou e acaba de nos deixar, meu avô está arrasado pela perda de sua companheira, conselheira e matriarca”, informou, em sua conta no Twitter.
“Nascida na antiga aldeia Kapot, em 1930, filha do cacique Tapiete e Kokoyaumti Metuktire, Bekwyjkà conheceu o cacique Raoni ainda muito jovem. Tanta história, tanta luta, tanta ternura e tanto companheirismo”, descreve o instituto, que registra o carinho de Raoni para com Bekwyjkà: “Olhei para o céu e de longe vi uma estrela, a mais bela de todas e na minha admiração, ela se aproximou e desceu aqui na terra. Então pude ver que ela era ainda mais linda… essa é a minha estrela”.
O instituto acrescenta que os dois tiveram “um amor verdadeiro, o forte o bastante para estar do lado do cacique Raoni por mais de 8 décadas e com ele construir uma bela família, mãe de Kokonã, Bekwyjrày, Kokotô, Prejky, Atoronget, No`ôktire (em memória), Ymoro (em memória) e Tedjê (em memória)”. “Hoje a estrela Bekwyjkà volta a brilhar no céu e nós continuamos a admirá-la, ainda que nossos corações estejam entristecidos, somos gratos pela oportunidade de tê-la conosco. Siga em paz Bekwyjkà, que sua passagem seja iluminada, que sua família seja confortada e que nosso Cacique Raoni seja amparado por todo amor e carinho que sempre recebeu de sua amada esposa”.