A pesquisa de acompanhamento do mercado imobiliário, feita pelo Sindicato da Habitação em Mato Grosso (Secovi) mostra que no primeiro trimestre deste ano foram comercializados 1.874 imóveis em Cuiabá movimentando R$ 655 milhões. Apesar da soma dos três meses mostrar uma variação positiva, março já teve os efeitos negativos da pandemia do novo Coronavírus com uma queda de 4,39% nos valores e de 15,35% nas unidades vendidas, no comparativo com o mesmo mês de 2019.
O levantamento mostra que os imóveis comercializados na capital entre janeiro e março registraram variação positiva de 16,38% sobre os R$ 547,747 milhões faturados no primeiro trimestre de 2019. Houve também um pequeno aumento de 1,17% em relação as 1.852 unidades vendidas nos primeiros 90 dias do ano passado.
No entanto, são os dados de março, analisados de forma isolada, que evidenciam o recuo causado pela pandemia da Covid-19 e o presidente do Secovi, Marco Sérgio Pessoz, informa que o sindicato estava esperando o relatório da pesquisa com os dados completos para ter uma ideia dos efeitos da pandemia sobre os números do mercado imobiliário. “Analisando com calma a gente percebeu que no comparativo entre março de 2019 e março de 2020 – lembrando que tivemos um decreto do município no dia 21 de março, mas na semana anterior a gente já estava numa expectativa de mercado mais fechado – nós tivemos uma queda comparativa com o ano passado de 4.39%”, avaliou, através da assessoria.
A nível financeiro de transações imobiliárias a queda foi bem maior em março e já acendeu o alerta vermelho com projeções nada animadoras para os próximos meses, com queda “de 15,35% em valores. Uma redução expressiva que já reflete, ao meu ver, o caso da pandemia sobre o mercado imobiliário. E a gente tem umas informações, ainda não oficiais, de que o impacto no trimestre sucessivo ultrapasse os 50% comparado com o trimestre do ano passado”, pondera Marco Pessoz.
A pesquisa a ser finalizada após o fechamento das vendas deste mês deverá confirmar uma queda drástica em valores e na quantidade de imóveis comercializados. “Vamos esperar fechar os números agora em junho, mas acreditamos que o impacto da pandemia no mercado imobiliário foi muito forte, até acima de outros setores, mercados que estão reabrindo agora”, ressalta o presidente.
Do total de imóveis vendidos nos primeiros 90 dias deste ano, foram 240 unidades novas (12,8%) enquanto os usados somaram 1.634, o que representa 87,2% do total negociado. No segmento de novos, foram vendidas 203 unidades verticais (apartamentos ou salas comerciais em prédios), outros 21 empreendimentos horizontais e 16 terrenos. No grupo dos usados, foram 601 unidades verticais, outras 577 horizontais e 366 terrenos. Ainda, 63 imóveis rurais e outros 15 classificados como galpão/telheiro.
Ainda, conforme o levantamento, do total de unidades vendidas, 582 foram financiadas somando R$ 136 milhões. Essa modalidade de pagamento representa 20,78% do valor comercializado. No comparativo com os valores financiados no mesmo período do ano passado houve aumento de 5,86%. Nos três primeiros meses de 2019, a quantia financiada para compra de 506 imóveis foi de R$ 107,1 milhões.
A pesquisa de acompanhamento do mercado imobiliário utiliza como fonte os dados, valores e demais informações disponíveis no ITBI (Impostos de Transmissão de Bens Imóveis) disponibilizado pela Prefeitura de Cuiabá. O levantamento também traz dados segmentados sobre as vendas em cada região da Capital, como valores das transações e gráficos com diferentes comparativos relativos a anos anteriores.
Na região leste de Cuiabá foram vendidos 601 imóveis que totalizaram R$ 223,623 milhões. A região oeste foi responsável por 556 unidades vendidas somando R$ 234,636 milhões. Outros 302 imóveis comercializados estão na região norte da capital e movimentaram R$ 88,709 milhões.
A informação é da assessoria da Fecomércio da qual o Secovi faz parte.