Cerca de 1,5 mil garimpeiros poderão exercer a extração de ouro de forma legalizada na região de Aripuanã (597 quilômetros de Sinop). Um acordo que põe fim a conflito pelo uso de uma área para mineração entre garimpeiros, e a mineradora foi firmado, ontem com a mediação da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat). Conforme o presidente, Juliano Jorge Boraczynski, este é o primeiro passo para possibilitar que as famílias da localidade possam continuar trabalhando, e gerando emprego e renda no município, de forma legalizada.
“Graças ao empenho de todos os envolvidos, pudemos mediar este acordo e viabilizar a regularização da extração de ouro. É um trabalho social que vai impactar diretamente na vida de 1500 famílias que podem voltar a trabalhar e ter o seu sustento, ainda mais nesse momento de pandemia”, disse o gestor através da assessoria.
A Metamat também irá fornecer apoio técnico para a Cooperativa com a abertura de um escritório com um geólogo para atender a Cooperativa em Aripuanã. A previsão é de que o novo escritório atenda também a demanda de capacitação em lapidação de pedras coradas, com o objetivo de aumentar a renda local com o beneficiamento de pedras para o mercado interno e externo.
A área de 516 hectares será cedida para mineração de ouro na superfície, e os recursos minerais presentes no subsolo como zinco, cobre e chumbo continuarão sendo explorados pela mineradora. “Nosso papel foi, de forma imparcial, ajudar o grande, o médio e o pequeno minerador. Felizmente todos os interesses estão convergindo, a empresa continua com o seu grande projeto, os garimpeiros irão trabalhar dentro da absoluta legalidade, e ainda no futuro, se a empresa quiser explorar o subsolo mais profundo, poderá utilizar a área”, explica o gerente da ANM em Mato Grosso, Roberto Vargas.
Para o presidente da Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros de Aripuanã (Coopemiga), Antônio Vieira da Silva, o poio técnico oferecido pela Metamat é importantíssmo para dar condições para os garimpeiros. A cooperativa foi criada em dezembro de 2019 com o objetivo de auxiliar na legalização do garimpo na região.
“A Metamat é de grande valia porque as cooperativas não têm recursos para pegar um corpo técnico para trabalhar, principalmente a nossa, que está começando agora, com seis meses de existência. Agradecemos a Metamat por esse esforço para resolver o problema, e por esse trabalho junto as cooperativas”, afirma.
Ele conta ainda que a maioria dos garimpeiros que trabalha na área nunca atuou em outra atividade. Aos 45 anos, o presidente da cooperativa trabalha há 30 com mineração. “O garimpo é um trabalho árduo todos os dias, mas possibilita que uma pessoa sem estudo possa, com vontade de trabalhar, conseguir ter condições melhores de vida”.
Um Termo de Cooperação será firmado também com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e a prefeitura de Aripuanã, por intermédio da Metamat, para que haja o reflorestamento de áreas degradadas.
O conflito pelo uso da área começou em outubro do ano passado, quando uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada para inibir o garimpo ilegal em Mato Grosso e iniciou a retirada dos garimpeiros da área. Desde então, a situação tem sido acompanhada de perto pela Metamat.
A mineradora possui a licença para exercer as atividades de mineração no local, e em contraponto, já existia uma área utilizada como garimpo desde a década 1980, com grande importância na economia local da cidade, conta o geólogo da Metamat, Antônio João Paes de Barros.
O empreendimento da empresa tem investimento direto de R$ 2 bilhões e prevê a exploração e beneficiamento de zinco, cobre e chumbo, na Serra do Expedito, a 25 km da cidade de Aripuanã. O projeto está em fase de implantação e a previsão de início das operações é 2021.