O ex-governador Pedro Taques, agora no Solidariedade, teve seu número de telefone celular hackeado por golpistas que tentaram aplicar golpes nos contatos de Taques por meio de mensagens do WhatsApp. A clonagem foi feita no final da tarde de ontem e Taques fez um comunicado nas redes sociais à noite. Hoje pela manhã, o celular estava desligado.
A clonagem de WhatsApp tem se tornado comum. Os golpistas adotam uma estratégia para se aproveitar de uma necessidade da vítima e enviam um código via SMS, que, se transmitido aos golpistas, permite o acesso ao WhatsApp. Em posse do número, os bandidos começam a enviar mensagens para os contatos da vítima e a pedir dinheiro emprestado.
Um dos primeiros amigos de Pedro Taques a receber o pedido de dinheiro foi o jornalista e ex-secretário de Comunicação, Kleber Lima. Ele percebeu o golpe e, antes mesmo do ex-governador, deu notícia anunciando a clonagem. Lima contou ao Só Notícias que assim que recebeu a mensagem, percebeu, pela conversa, que não se tratava de Taques, principalmente depois do pedido de R$ 2,4 mil emprestado. Continuou a conversa até que os golpistas também tentaram clonar seu telefone ao enviar uma mensagem por SMS. Depois de publicar uma nota, o jornalista foi contactado por outros amigos que também receberam o pedido de dinheiro emprestado, mas afirmou que ninguém caiu no golpe.
Tecnicamente, não se trata de uma clonagem de WhatsApp e sim de posse do número. Isso porque ao receber o número do telefone, os golpistas tentam inseri-lo num aparelho que está com eles. Como o WhatsApp não funciona simultaneamente em dois aparelhos, o aplicativo envia um código para o número de origem. É este código que permite o golpista instalar o WhatsApp mesmo à distância.
A primeira coisa que os bandidos fazem é ativar o código de verificação em duas etapas para impedir que o dono do número o recupere imediatamente. A orientação do WhatsApp é que seja encaminhado um e-mail para a empresa pedindo o cancelamento do número por perda ou roubo de aparelho. Feito isso, o golpista perde o acesso ao WhatsApp, mas a vítima só recupera o número após sete dias.
A Polícia Civil sequer registra Boletim de Ocorrência nas delegacias. A comunicação tem que ser feita pela Delegacia Virtual e, na prática, só tem validade para necessidades processuais, uma vez que a polícia não investiga o golpe. Mesmo com números de contas, bancos e CPFs dos golpistas, os policiais alegam que enfrentam dificuldades judiciais para avançar com as investigações que esbarram no sigilo financeiro.