A Polícia Federal (PF) solicitou a prorrogação de mais 90 dias no inquérito policial que investiga o senador Wellington Fagundes (PL), acusado de receber dinheiro via caixa dois da empresa JBS, nas eleições de 2014. A investigação se encontra na Justiça Eleitoral de Mato Grosso, após, desmembramento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com as investigações com base na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batistas e outros ex-executivos do grupo J&F, Fagundes teria recebido R$ 300 mil em razão da função pública de deputado federal, que concorria ao Senado nas eleições de 2014, em troca de ‘evitar retaliações ou dificuldades para as empresas’ e/ ou ‘garantir a boa vontade e facilidade de contratos para futuros pleitos empresariais’, o que pode configurar o crime de corrupção passiva.
“Consta também que a vantagem teria sido entregue em espécie, de modo a ocultar a origem do valor proveniente de infração penal e que o dinheiro serviu de caixa dois da campanha eleitoral de Wellington Fagundes ao Senado”, diz trecho do inquérito.
A PF trabalha com indícios da prática do delito de lavagem de dinheiro “provenientes de infração penal e do crime de omissão”, já que tais valores não teriam sido declarados. O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer favorável para a prorrogação de prazo para a conclusão das investigações.
Outro lado
Por meio de sua assessora, o senador Wellington Fagundes afirma que já se manifestou sobre o assunto e afirma que as doações feitas pela JBS se deram através do seu partido, o PR, e que todos os valores constam da prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral, em julgamento por unanimidade.