As pesquisas e monitoramentos da Universidade Federal de Mato Grosso, secretaria estadual de Meio Ambiente e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) são utilizados, anualmente, para definir o período de “defeso”, ou “piracema”, como é conhecido popularmente. O objetivo é conservar as espécies de peixe de interesse comercial, garantindo a renovação e manutenção dos estoques pesqueiros.
Os dados representam a probabilidade de um conjunto de espécies estarem em atividade reprodutiva por mês, nas três bacias hidrográficas do estado. O enfoque são as espécies migradoras e de interesse para a pesca, como o pintado e o pacu. As análises são feitas reunindo dados desde 2004 da Sema, do grupo de pesquisa Ecologia e Manejo de Recursos Pesqueiros, da UFMT, Unemat e de artigos publicados sobre o assunto.
“Os resultados vêm sendo apresentados ao Conselho de Pesca desde 2015 e, com base neles, os conselheiros decidem quais meses serão considerados como defeso, ou seja, em quais meses a pesca ficará proibida, para proteção dos estoques deseovantes, de forma que contribua para a renovação dos estoques pesqueiros”, afirmou a professora Lucia Aparecida de Fátima Mateus, membro do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca).
Além disso, a pesquisadora aponta que, como toda medida de manejo, o defeso precisa de monitoramento para avaliar sua efetividade. “O fundamental para seu sucesso é que as decisões sejam tomadas por conselhos de usuários e manejadores, embasados por dados científicos”, acrescentou.
Sobre as diferentes épocas em que o defeso é definido a cada ano, a professora explica que a atividade reprodutiva dos peixes pode ser afetada por fatores ambientais, como a duração e a intensidade do período de chuvas. “Entretanto, o que acontece, geralmente, é um encurtamento ou prolongamento do período dentro de uma certa época do ano”, disse.
Em 2020, o Cepesca determinou que o defeso aconteça entre 1º de outubro até janeiro de 2021, informa a assessoria