A aproximação de Jair Bolsonaro (sem partido) com o Centrão pode “favorecer” – dependendo do ponto de vista e de como estará a aprovação do presidente – o senador interino Carlos Fávaro (PSD) na tentativa de se efetivar no cargo por meio da eleição suplementar suspensa e sem data definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É que o Mato-grossense trabalha para conseguir o disputado apoio do “Capitão” no pleito e de quebra tirar a tenente-coronel Rúbia (Patriota), que tem aval formal de Bolsonaro, do páreo.
A articulação é feita em Brasília e conta com apoio da direção nacional do PSD, inclusive do presidente Gilberto Kassab, que sonha em retornar para o ministério da Ciência e Tecnologia, onde ficou de 2015 a 2018. Bolsonaro, conforme indicam informações de bastidores, estaria disposto a demitir o astronauta Marcos Pontes para atrair o apoio do PSD. Em meio a tudo isso, o apoio de Fávaro em Mato Grosso entraria no “pacote”. O esforço da cúpula do partido em ajudar o mato-grossense é para manter o poder no Senado, onde a sigla tem a segunda maior bancada, com 12 parlamentares, um a menos que o MDB.
“Isso é um passo-a-passo que vamos construindo no dia-a-dia para um arco de aliança que nos dê uma boa conjectura na eleição suplementar. Não tem nada definido, tem muita especulação, mas a conjuntura mostra esta proatividade, é uma mão lavando a outra pelo bem do Brasil “, disse o senador interino esta manhã em entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá.
O preço a se pagar a Bolsonaro é alto: o apoio irrestrito do PSD ao presidente e a criação de um escudo para barrar qualquer pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou de impeachment. Segundo Fávaro, isso já foi acertado em nome de um Brasil unido e coeso. “O meu partido já se posicionou. Fizemos uma reunião virtual e tomamos uma decisão, uma deliberação político-partidária: nenhum dos 12 senadores assina CPI ou pedido de impeachment contra o presidente da república”, confirmou.