Enquanto na Alemanha a bola está prestes a rolar após a paralisação por conta da pandemia do coronavírus, o futebol brasileiro ainda parece estar longe de seguir o mesmo caminho. Segundo o coordenador do protocolo nacional da CBF, Jorge Pagura, ainda não há uma previsão de quando pode ocorrer o retorno das competições nacionais e, quando isso acontecer, mudanças terão que ser feitas tanto nas arquibancadas quanto nos gramados.
“Não tem (previsão). A CBF, na figura do presidente Rogério Caboclo, respeita totalmente as decisões que vêm dos órgãos federal, estadual e municipal. Não vai mexer uma palha para forçar nada. Há um mês e meio que estou trabalhando nesse projeto, junto com médicos, epidemiologistas. Estamos totalmente prontos para voltar com a maior segurança dentro da sua atividade aqui no país. Quando o futebol fala todo mundo escuta. Nossa responsabilidade na execução do plano é muito grande”, disse em uma live no Instagram.
“O barulho do silêncio é a nova tônica que a gente vai ver no futebol. O abraço, a comemoração, ‘hoje tem gol do Gabigol’, dancinha… isso não vai existir. Quando liberarem as atividades não vai haver lugar mais seguro do que treino de futebol, jogo de futebol. As medidas que preparamos são altamente restritivas do ponto benéfico para a saúde de todos”, acrescentou.
Pagura ainda revelou como que deverá ser a testagem dos jogadores, para que não haja o risco de algum atleta entrar em campo infectado pela Covid-19. Conforme ele disse, o protocolo brasileiro terá que ser diferente do que será feito na Alemanha, por exemplo.
“Alemanha resolveu os problemas deles, mas não podemos nos comparar com eles, tem a diferença econômica. Mas vamos ter testagem sim, não podemos fazer teste de RT-PCR em cada um porque pode demorar, tem que esperar entre o 3º e o 7º dia, então teria que testar e isolar. Então vamos ter grande questionário clínico, testes rápidos e série de coisas. Dentro desse plano, qualquer sintoma vamos tratar como doente e daí vai para o RT-PCR. Mas uma coisa é analisar para 80 jogos. Outro, fazer em 380 jogos, que é só da Série A. E mais de mil em outras séries. É inviável RT-PCR para todos”, completou.
No Brasil, apenas Internacional, Grêmio e Cruzeiro voltaram as suas atividades em seus respectivos Centro de Treinamentos. O restante das equipes segue fazendo treinamentos virtuais.