O vereador Abílio Brunini Júnior (Podemos) conseguiu retomar o seu gabinete na Câmara Municipal de Cuiabá somente ontem (12), já que o presidente do parlamento a capital, Misael Galvão (PTB), foi notificado da liminar que devolve o cargo Brunini somente na segunda-feira (11) à tarde. A decisão judicial é da semana passada e não havia sido cumprida até então. Hoje pela manhã o vereador já participou da CPI do Paletó, que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), e amanhã deve ter sua posse confirmada em sessão plenária.
O retorno ao parlamento foi comemorado pela militância do vereador. Brunini postou um vídeo dramático, ao som de música evangélica, entrando no gabinete. As imagens mostram uma estrutura diferente da que ele deixou quando o suplente Oséas Machado (PSC). Pinturas foram retiradas e as paredes modificadas. “Não vou gastar nada com isso. Vai ficar do jeito que está. Vai ficar como uma cicatriz para lembrarmos do que nos foi feito”, disse ao Só Notícias.
Conforme Só Notícias informou, Brunini foi cassado no dia 7 de março por quebra de decoro parlamentar. Oposicionista ferrenho do prefeito Emanuel Pinheiro, ele se envolveu em brigas com colegas de parlamento que não suportaram a situação. Na quarta-feira passada (6), o juiz Carlos Roberto Barros de Campos, da Quarta Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, acatou recurso do vereador ao entender que os atos da cassação não prezaram pela legalidade.
O problema é que o presidente Misael Galvão só foi localizado esta semana para receber a notificação. Na quinta passada a sessão foi cancelada e o petebista disse ter ido ao encontro de familiares. Na sexta o parlamento foi fechado para desinfecção. Ontem, o presidente, que já havia confirmado que vai recorrer da nova decisão, atacou o desafeto em entrevista coletiva criticando sua postura e chamando-o por apelidos.
“Ele quer tudo na hora dele, do jeito dele e da forma que ele acha correto. O Abílio, aliás, Capim Dourado do Campo, se acha o Supremo, o Príncipe das Águas Doces. Tem atitudes que beiram o manicômio. Age de forma ardilosa para atacar a todos que agem de boa fé”, disse Galvão.