O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo disse, há pouco, em entrevista coletiva, que o Hospital Regional de Peixoto de Azevedo é referência para atendimento de pacientes na região e de algumas cidades da região sul do estado do Pará. “Não é de agora. Isso está pactuado regionalmente e pelo Ministério da Saúde. Isso não é invenção do secretário de Saúde. Acho que o prefeito precisa se aprofundar e verificar aquilo que é pactuado com todos os municípios da região. O fato Covid-19 não muda esse contexto. As pessoas pensam que com o surgimento da pandemia essa pactuação muda. Não temos barreiras de pacientes do Sistema Único de Saúde no país. Não dá para impedir que pessoas que moram em outros estados entrem no nosso e não sejam atendidos. Essa é a norma vigente hoje no sistema de saúde”.
Figueiredo afirmou ainda que a unidade de Peixoto não é referência para atendimento de pacientes com Coronavírus. “É referência para atendimento da saúde. É por isso, que recebe por isso. Agora, não é obrigatório que o hospital de Peixoto de Azevedo tenha exclusividade de leitos de UTIs para isso. Não é referência para Covid especificamente”.
A reafirmação do gestor estadual da saúde em Mato Grosso foi feita após o prefeito de Peixoto, Maurício Ferreira apontar, em entrevista, ao Só Notícias, que o Hospital Regional não tem estrutura suficiente para atender pacientes que estão vindo do Pará.
“Nós já atendemos através do consórcio cinco municípios. Dessa forma, o Estado pode assumir a administração do hospital e toma conta disso. Quando tem problemas, o Estado trata o hospital com referência e regional. Agora, quando é para repassar recurso é consórcio. Tem cinco anos que recebemos R$ 618 mil para manter o hospital. No ano passado, nos atendemos fora Covid-19 nos atendemos 120 pacientes do Pará de cidades que não fazem parte do consórcio. São pessoas de Cachoeira da Serra, Moraes Almeida e Castelos dos Sonhos. Somos só tratados como regional quando tem problemas para resolver”, expôs.
Ele e o prefeito de Guarantã do Norte Érico Stevan Gonçalves decidiram após reunião com secretários municipais de Saúde de Terra Nova do Norte, Matupá e Novo Mundo – cidades que fazem parte do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Peixoto – que não vão montar barreira sanitária na divisa de Guarantã com o estado do Pará como forma de monitoramento da entrada de pessoas possivelmente infectadas com Coronavírus (Covid-19) devido ao custo operacional.
Maurício também é presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde e explicou que os municípios não têm condições financeiras para manter as ações. “Cada município terá que cuidar das suas entradas. Sem ajuda financeira do governo do Estado, é quase que impossível fazer uma barreira sanitária. São mais de 800 carretas por dia e não vamos conseguir fazer essa fiscalização. O problema mais grave é que o Estado declarar que nosso hospital é para ser referência para o sul do Pará também. Com o Ministério Público, vamos recomendar ao Estado para que formalize isso através de documentos”.