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Dólar ultrapassa R$ 5,50 e bolsa cai em dia de nervosismo

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Agência Brasil (foto: reprodução/arquivo)

Num dia de nervosismo no mercado brasileiro, o dólar comercial ultrapassou a barreira de R$ 5,50 e fechou no maior valor nominal – sem considerar a inflação – desde a criação do real. A moeda encerrou esta quinta-feira vendida a R$ 5,528, com alta de R$ 0,118 (+2,19%). A bolsa caiu, depois de passar boa parte do dia em alta.

A cotação iniciou a sessão próxima da estabilidade, mas disparou no decorrer da tarde até fechar na máxima do dia. A divisa acumula alta de 37,75% em 2020. A alta poderia ter sido maior caso o Banco Central (BC) não tivesse intervindo no mercado. A autoridade monetária fez dois leilões de contratos novos de swap – venda de dólares no mercado futuro – e rolou (renovou) contratos de swap antigos que vencerão em junho.

Um dos fatores que impulsionou a cotação foi a declaração dada ontem (22) pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, de que o cenário para a Selic (taxa básica de juros) mudou depois da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais por estrangeiros. As tensões políticas internas também interferiram no mercado.

As tensões políticas interferiram na bolsa de valores. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta quinta aos 79.673 pontos, com baixa de 1,26%. O indicador operou em alta até o início da tarde, mas reverteu a tendência no fim do dia.

O Ibovespa descolou-se do mercado externo. Influenciado pela recuperação da crise de petróleo e por um pacote de ajuda a empresas norte-americanas, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganhos de 0,17%.

Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, a perspectiva de que vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos relaxem as restrições após a superação do pico da pandemia anima os mercados.

Os preços internacionais do petróleo, que despencaram nos últimos dois dias, continuaram a recuperar-se hoje. Os contratos futuros dos barris do tipo WTI para junho, que servem como referencial para o mercado norte-americano, encerraram o dia em US$ 16,87, com alta de 22,42% apenas hoje.

Na segunda-feira (20), os contratos do WTI para maio, que não estão mais ativos, fecharam com preços negativos pela primeira vez na história, afetados pela baixa demanda e pelos altos estoques de petróleo.

As cotações do barril do tipo Brent, que servem de referencial para o mercado internacional e para a Petrobras, também se recuperaram. Por volta das 18h30, o Brent era vendido a US$ 21,71, com alta de 6,58%.

A alta refletiu-se nas ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) valorizaram-se 1,11% nesta quinta. Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) tiveram ganho de 1,19%.

A guerra de preços de petróleo começou há um mês, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Segundo a Petrobras, a extração do petróleo só é viável no longo prazo para cotações a partir de US$ 45. No curto prazo, a companhia pode extrair petróleo a US$ 19, no limite dos custos da empresa.

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