O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren) notificou, ontem e na última sexta-feira, três unidades de saúde por descumprirem medidas de proteção ao profissional da enfermagem contra a Covid-19 – Pronto Socorro Municipal de Cuiabá e na Unidade Saúde da Família Serra Dourada, no bairro Ouro Fino, além do Hospital Regional Irmã Elza Giovanelli, em Rondonópolis. “A situação é grave também no Pronto Socorro de Várzea Grande, uma das instituições determinadas como sendo de referência para o atendimento aos pacientes”, informa a entidade.
Algumas foram advertidas por manterem na linha de frente do atendimento pessoas com mais de 60 anos, grávidas e portadores de doenças crônicas, classificados no grupo de risco. O conselho exige o imediato afastamento destes funcionários e alerta para o risco de contaminação em massa dos profissionais da enfermagem no Estado caso não sejam tomadas medidas urgentes para melhorar a infraestrutura da rede pública de saúde. Entre as determinações estão melhorias na infraestrutura das unidades, no treinamento e organização das equipes e ações de proteção à saúde do trabalhador, entre elas o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) e o afastamento dos profissionais que estão no grupo de risco.
O relatório também foi encaminhado ao Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE-nCoV), da secretaria estadual de Saúde acrescentando que “a quantidade de profissionais do grupo de risco que continuam em atividade é grande. Em instituições públicas e privadas, a fiscalização identificou funcionários com doenças crônicas, gestantes, com idade acima de 60 e até acima de 80 anos”.
“Desde a última semana, quando deu início ao atendimento via aplicativo Whatsapp, o Coren-MT atendeu a mais de 30 chamadas relacionadas à pandemia do coronavírus, entre as quais 16 denunciavam a falta ou insuficiência de EPIs. Também há reclamações sobre treinamento precário das equipes para se protegerem e para atenderem aos pacientes, desorganização das rotinas de trabalho, ausência de dimensionamento de pessoal, déficit de recursos humanos, desinformação e problemas de infraestrutura. Faltam itens básicos, como pias para lavagem de mãos, sabão e álcool a 70% e quantidade insuficiente de equipamentos adequados para atender aos pacientes da Covid-19”, acrescenta, em nota.
A fiscalização segue em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Barra do Garças, Rondonópolis de Tangará da Serra. Também estão sendo feitos levantamentos junto a mais de 600 enfermeiros que atuam como Responsáveis Técnicos no Estado.