A prefeita Rosana Martinelli (PL) afirmou, ontem à noite, em entrevista coletiva pela internet, que entende a preocupação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a economia nacional. No entanto, evitou fazer críticas ao posicionamento dele, contrário em fechar a maioria das empresas para evitar aglomerações e possíveis contaminações do Covid-19 e pediu a reabertura de lojas e escolas. “Nós estamos analisando todas as situações e seguindo as determinações do ministro de Saúde para que nos balize. Sabemos que as questões da economia são preocupantes. Quando começa a faltar dinheiro na sua casa, muda-se todo o cenário. Só que também temos que ter a responsabilidade de fazer de forma ordenada, tranquila e com responsabilidades no tratamento dessas pessoas. O Brasil está se preparando para isso”, disse Rosana, que ontem autorizou empresas de diversos segmentos a retomarem atividades. Hoje, ela deve avaliar pedidos de entidades e novo decreto do governo estadual buscando alinhamento das decisões com as prefeituras e a tendência é liberar funcionamento de mais segmentos.
A prefeita também expressou preocupação com a falta de equipamentos necessários para proteção dos profissionais de saúde que trabalham no atendimento de pessoas com suspeita da doença. “ Esses testes rápidos devem chegar no dia 13 de abril. Essa é a previsão. Nós também temos essa preocupação. Sabemos da preocupação do presidente. Nós aqui (em Sinop) vivendo uma situação real, uma cidade distante de Cuiabá. Nós somos um polo regional de 32 municípios que também busca ajuda no nosso. Sabemos que o presidente tem informações que nós ainda não temos. Ele está com uma preocupação macro, mas nós moramos aqui. Temos uma preocupação muito grande na tomada de decisão. Ouvimos hoje vários especialistas para tomarmos todas as decisões.
Rosana afirmou ainda que ainda não há prazos para receber os recursos do governo federal para reforçar a saúde municipal. “Sabemos que o governo vai liberar recursos, mas não há previsão de quando chegará aos municípios. Até hoje, não sabemos. Não foi passado o valor. Não temos essas informações. Nos preocupa sim. Estamos com dificuldade de conseguir equipamentos de proteção. Temos várias costureiras se doando e fazendo mascaras. Nossa realidade local é preocupante. O momento é delicado e estamos tomando todas as medidas com responsabilidade”.
O presidente Jair Bolsonaro já editou uma Medida Provisória que libera R$ 5,099 bilhões para o enfrentamento da crise de saúde pública provocada pelo novo Coronavírus e, desse total, R$ 4,8 bilhões serão destinados ao Fundo Nacional de Saúde para ações coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com os estados e municípios. R$ 204 milhões serão destinados aos hospitais universitários federais (administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). R$ 20 milhões serão liberados para a Fundação Oswaldo Cruz, principal instituto brasileiro de pesquisa em vacinas.