A promotoria de Justiça de Colniza (1 mil km a Noroeste de Cuiabá), requereu ao Tribunal de Justiça o desaforamento do júri popular dos acusados Yana Fois Coelho Alvarenga e Antônio Rodrigues Pereira Neto, que serão submetidos a júri popular pelo assassinato do prefeito de Colniza, Esvandir Antonio Mendes, em dezembro de 2017. Também pesam contra os dois denunciados a tentativa de homicídio praticado contra o ex-secretário municipal Ademir Ferreira dos Santos, sua ex-companheira, Rosimeire Costa e Walison Jones Machado Lara. A dupla responde ainda por associação criminosa, receptação, corrupção de menores e crime de trânsito.
No pedido de desaforamento, o Ministério Público argumenta que o “interesse da ordem pública e a dúvida na imparcialidade dos jurados não possibilitam o julgamento justo na Comarca de Colniza dos réus”. Ele afirma que os crimes imputados a eles tiveram enorme repercussão estadual e nacional, o que coloca em xeque a imparcialidade do julgamento. O MP enfatiza também que em novembro do ano passado vários jurados que foram intimados para participar das sessões de julgamento manifestaram informalmente o desejo de não participar de eventual julgamento com temor dos acusados.
“Os jurados de Colniza estão apreensivos e extremamente receosos em participar do julgamento dos reús Yana Fois e Antônio Rodrigues, assim, não se trata de mera ilação do Ministério Público, estando comprovada a ausência de imparcialidade de eventual Conselho de Sentença para proferir o verdito neste caso, diante do temor que os acusados oferecem à sociedade colnizense”, afirmou. Foi citado ainda o risco da tentativa de plano de fuga dos acusados, com possibilidade de conflito armado, devido à ausência da segurança necessária para realização do julgamento. “Já há histórico de plano de fuga de ambos os acusados. Deve ser considerado que no trajeto de Juína a Colniza, existe aproximadamente 270 Km de estrada de chão, com mais de 80 pontes de madeira, o que facilita a execução de qualquer plano de fuga, pois o automóvel necessita diminuir a velocidade para atravessar as pontes de madeiras”.
Consta no pedido do MP que o réu Antonio Pereira Rodrigues é conhecido como “prefeito” dentro da cadeia pública de Juína. E a acusada Yana Fois já foi surpreendida duas vezes, no ano de 2018, com celulares dentro do presídio em Cuiabá.
A informação é da assessoria do Ministério Público.