A alta dólar é, de forma geral, positiva para os produtores de soja no Brasil. A avaliação é do presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson José Redivo. Ao Só Notícias/Agronotícias, ele fez uma ressalva: os sojicultores precisam saber o momento certo de vender os grãos e comprar os insumos para a safra seguinte.
“De certa forma, beneficia. A cadeia se ajusta. Vendemos em dólar e compramos produtos dolarizados, também. Se o dólar sobe, aumentam os preços dos insumos, mas o nosso produto também sobe. Hoje temos soja batendo a R$ 75 a saca. Só chegou a isso em fator da variação cambial. Mas tem uma equivalência. Se subiu o dólar, valorizou a soja, mas também o adubo, os defensivos”, comentou.
Para Redivo, o “produtor tem que ficar muito antenado no momento da compra, que é quando ele tem uma equivalência favorável. É quando dá uma despontadinha no produto que ele tem para vender e o preço do insumo não foi reajustado ainda. O momento certo de vender e comprar interfere muito na rentabilidade da propriedade”.
Nesta semana, o dólar comercial chegou a atingir R$ 4,72, o maior valor nominal desde a criação do real. Ainda assim, Redivo aponta que os produtores já tiveram momentos melhores. “Em 2004, a saca de soja era vendida a R$ 40. Se corrigir para a cotação atual passa de R$ 150. Então, as coisas se ajustam. O pecuarista, a mesma coisa. A arroba do boi bateu a R$ 180, R$ 210. Deu uma melhorada, mas estava há quanto tempo defasada? Se converter a arroba do boi, hoje o poder de compra é menor”, avalia.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Mato Grosso exportou 2,24 milhões de toneladas de soja, no mês passado. Foi o segundo maior volume embarcado pelo Estado em fevereiro, ficando atrás apenas do de 2019, quando exportou, no mesmo mês, um total de 2,69 milhões de toneladas.