O Ministério Público do Estado lançou, ontem à tarde, o projeto Satélites Alerta, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com desenvolvimento e implantação de tecnologia que permite o cruzamento de dados de áreas desmatadas e queimadas – monitoradas via satélite por sistemas do Inpe – com áreas lançadas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) em todo o Estado. Foi desenvolvido módulo a partir da plataforma portável de monitoramento, análise e alerta a extremos ambientais TerraMA², do Inpe. Os dados vão para a rede do Ministério Público e cruzados com outros dados para auxiliar na tomada de decisões,
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, destacou a importância de haver uma política de Estado para o Meio Ambiente e do uso da tecnologia em favor da preservação ambiental, relacionou os 20 municípios campeões de desmatamento responsáveis por 80% da área degradada. “Precisamos ressaltar que nosso Estado possui naturalmente uma demanda pela preservação ambiental. Isso porque é um estado privilegiado em termos de biodiversidade, o único do país a possuir três dos principais biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal)”, ponderou. Mato Grosso ocupa a segunda posição no ranking dos Estados com maiores taxas de desmatamento da Amazônia Legal. “Ano passado tivemos um desmatamento de 168 mil hectares, de acordo com o Inpe”, afirmou, reforçando que no planejamento estratégico do MP foi estabelecida a atuação prioritária na preservação.
Para o procurador-geral, o uso da inteligência artificial tem muito a contribuir, sobretudo para maior efetividade do trabalho dos promotores de Justiça na ponta.
O procurador de Justiça titular da Especializada em Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, considerou o lançamento do projeto um momento de ponta e de unidade. Ele recordou as dificuldades e os avanços na busca por imagens de qualidade e acessíveis e enfatizou a quebra de paradigmas que isso representa. “Uma imagem colorida sequenciada no tempo pode ser uma prova muito mais forte do que a ida de uma pessoa ao local depois do ocorrido. Contudo, há pessoas no meio jurídico que ainda resistem à tecnologia. É preciso haver uma mudança cultural”, argumentou.
Representando o governo do Estado, o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, disse na solenidade que “essa tecnologia é fundamental para o combate aos danos ambientais”, e enalteceu que a persistência e a união de todos os órgãos e instituições refletirá em um Mato Grosso melhor no futuro.
O Inpe faz esse monitoramento há mais de 30 anos e essa ferramenta vem para aproximar o trabalho do Instituto à atuação do Ministério Público e do Governo do Estado, informa a assessoria.