A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim dos Santos, concedeu o perdão judicial ao motorista denunciado pela morte da acadêmica de odontologia Carla Taís Darsia, 26 anos. A vítima estava em um GM Ônix azul, que acabou capotando nas proximidades do bairro Camping Clube, em agosto de 2016.
O carro era dirigido pelo namorado da jovem. Ele disse, em depoimento, que estavam retornando para Sinop, quando o cachorro de estimação do casal escapou da caixa de transporte, que estava na parte de trás do veículo, e foi para a parte da frente. Segundo o motorista, Carla soltou o cinto de segurança para pegar o animal. Em seguida, chamou o namorado para mostrar “alguma coisa”. O motorista explicou que, ao olhar para a vítima, acabou saindo da pista e houve o capotamento.
Carla foi arremessada do veículo. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, porém, ao chegar no local, constatou que a jovem havia falecido. Já o motorista teve ferimentos leves. Ele foi denunciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, causado na direção de veículo automotor. O crime é previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Em alegações finais, a defesa pediu o perdão judicial ao acusado, sob alegação de que ele “possuía relacionamento firme e duradouro com a vítima e que mantinham a intenção de formar uma família no futuro, sendo que o acidente foi um evento fatídico e inesperado”. Já o Ministério Público Estadual (MPE) cobrou a condenação do réu.
O pedido da defesa foi aceito pela juíza. “A partir dos depoimentos colacionados aos autos, infere-se que o fatídico acidente causou ao acusado um sofrimento muito maior do que eventual sanção penal, posto que este fato vitimou sua namorada, companheira e futura esposa, retirando-lhes a possibilidade de formarem uma família”, destacou a magistrada.
A juíza ressaltou ainda que “tendo em vista que o acusado era namorado da vítima, mostra-se que o fato de sua morte ocasionou grave abalo psicológico naquele, evidenciando-se assim, a ausência de dolo, bem como que as consequências da infração são mais gravosas do que uma eventual sanção penal”.
Carla estudava Odontologia em uma faculdade particular em Sinop. Ela foi sepultada no município de Novo Mundo (250 quilômetros de Sinop). Ainda cabe recurso contra a decisão judicial.