O deputado Lúdio Cabral (PT), que foi vereador por dois mandatos consecutivos em Cuiabá, saiu em defesa do vereador Abílio Júnior (PSC) no processo de cassação do mandado por possível quebra de decoro que o parlamentar da Câmara municipal enfrenta e que, após aprovação na Comissão de Ética, aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Para Lúdio, as atitudes de Abílio, mesmo que exageradas e de cunho pessoal, não justificam uma punição tão severa.
“O Abílio é um vereador de oposição e, pelo perfil dele, acabou extrapolando em alguns processos de fiscalização, às vezes levando para o lado pessoal com alguns vereadores. Isso é ruim, mas não é motivo para se cassar um mandato. Alguns podem até requerer algum tipo de punição, mas cassar o mandato é muito ruim, porque seria uma cassação política muito mais pelo trabalho que ele dá para a bancada do prefeito do que pelos erros que eventualmente ele tenha cometido. Não cabe a cassação, é ruim para todo muito, inclusive para o outro lado, porque expõe toda fragilidade”, opinou e entrevista à rádio Nazareno.
O processo que pretende cassar Abílio foi ingressado pelo seu suplente, ex-vereador Oséas Machado (PSC), e já contou com apoio unânime da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá. De perfil explosivo, Abílio já se envolveu em confusão com colegas de parlamento, tendo como principal alvo o comunicador Toninho de Souza (PSD), e vive às turras com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), chegando a invadir a casa do chefe de Executivo, quando, na oportunidade, foi retirado pela polícia.
O estilo do parlamentar tem atraído apoio de populares que enxergam o processo de cassação como um ato político patrocinado pela bancada de sustentação do prefeito Emanuel Pinheiro. Políticos também demonstram solidariedade ao vereador, a exemplo dos deputados Xuxu Dal Molin (PSC) e Ulisses Moraes (PSL) e o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que é cotado para disputar a prefeitura pelo DEM com apoio do governador Mauro Mendes (DEM).