Quatro deputados de Mato Grosso votaram, ontem à noite, para manter o deputado José Wilson Santiago (PTB-PB) no mandato contrariando decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que afastou o parlamentar nordestino em dezembro por causa de denúncias que apontam participação em crimes de corrupção passiva e organização criminosa por supostamente ter desviado recursos destinados à construção da adutora Capivara, no Sertão da Paraíba.
O parecer da comissão da Câmara que analisou o caso recomendou pela rejeição da decisão do STF e foi acompanhado por 233 votos que mantiveram Santiago no cargo. 170 parlamentares votaram para manter o afastamento do colega, 101 não compareceram e um deputado não votou. Para manter o paraibano afastado, eram necessários 257 votos contra o parecer.
De Mato Grosso, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB) defendeu o colega de partido e foi acompanhado por Juarez Costa e Carlos Bezerra, ambos do MDB, e pela deputada Rosa Neide (PT).
Os únicos de Mato Grosso que votaram seguindo a decisão do STF para afastar o parlamentar paraibano foram os deputados Leonardo Albuquerque (SD) e Nelson Barbudo (PSL).
José Medeiros (Podemos), afastado por atestado médico, e Neri Geller (PP), não compareceram à votação.
Com a votação, Santiago será reintegrado, mas continuará a responder a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Desde 2017, após um entendimento do STF, a palavra final sobre o afastamento de algum parlamentar determinada pelo judiciário cabe ao parlamento.
Santiago foi denunciado pela Procuradoria Geral da República pelos supostos crimes de corrupção passiva e organização criminosa e que ganharam destaque nacional em reportagem do Fantástico em dezembro. À época, o deputado negou as acusações, disse estar “tranquilo” e que respeitaria a decisão.
Como cada um votou:
Para manter no cargo – Emanuel Pinheiro Neto (PTB), Juarez Costa (MDB), Carlos Bezerra (MDB) e Rosa Neide (PT
Para afastar: Dr. Leonardo (SD) e Nelson Barbudo (PSL)
Ausentes: Neri Geller (PP) e José Medeiros (Podemos)
