O governador Mauro Mendes (DEM), que tenta manter-se afastado das discussões primárias em torno da eleição suplementar do dia 26 de abril para escolher o substituto da senadora cassada Selma Arruda (Podemos), não deverá ter a mesma postura quando o pleito começar oficialmente. Neste momento ele tem uma postura isenta para não melindrar parceiros do seu governo, mas quando os candidatos estiverem definidos e a eleição estiver na rua, ele afirmou que deve escolher um palanque.
Como principal argumento para ficar distante das discussões pré-eleitorais, Mauro Mendes usa o trabalho como governador, que, costuma dizer, toma todo o seu tempo. “Não é uma prioridade minha fazer definição de apoio político neste momento, mas, assim que o cenário estiver definido, soubermos quem são, verdadeiramente, os candidatos que vão se inscrever, eu vou analisar internamente com aqueles que estão mais próximos do grupo político com o qual eu faço política e aí tomar uma decisão”, declarou.
Mauro Mendes foi eleito governador em 2018 com apoio do MDB, PDT, PSD, PSC, PMB, PHS e PTC. Após assumir o Palácio Paiaguás, angariou apoio na Assembleia Legislativa de deputados do Progressistas, PV, PSB, PSDB e em alguns casos do PSL e do DC.
Destes, o PDT já anunciou a pré-candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta, o PSD mantém Carlos Fávaro, que formou a chapa majoritária ao lado de Mauro e do senador Jayme Campos, o PSDB tem o ex-prefeito de Sinop e ex-deputado federal Nilson Leitão na disputa, o PSB já lançou o deputado Max Russi e pelo DC o deputado Elizeu Nascimento também quer disputar.
O governador também tem “problemas” em casa. No Democratas há uma disputa interna entre o ex-governador Júlio Campos e o deputado estadual Dilmar Dal Bosco. Se algum dos nomes do DEM for aprovado, Mauro Mendes dificilmente subirá em outro palanque.
Apesar da neutralidade, Mauro Mendes chegou a pender para Carlos Fávaro ao dizer que gostaria de se manter coerente com o que ocorreu nas eleições de 2018. Mas nos últimos dias o governador tem demonstrado certa predileção pelo vice-governador Otaviano Pivetta, apesar de ter tentado demovê-lo da candidatura, e disse que a amizade é um fator que pode pesar no momento da decisão.
“O Otaviano tem enormes predicados. É meu amigo pessoal e é o vice-governador. Eu disse a ele que gostaria de tê-lo como vice-governador. Mas se é um desejo dele concorrer ao senado, eu, como amigo que sou, vou respeitar este desejo. E [a amizade] vai ser um componente importante para que a gente possa tomar uma decisão no momento adequado”, ponderou.