O Irã, que está em crise com o Ocidente liderado pelos Estados Unidos, terminou o ano de 2019 como terceiro maior parceiro comercial de Mato Grosso, comprando U$ 770 milhões dos produtores mato-grossenses entre janeiro e dezembro do ano passado. O número é praticamente o mesmo do que foi apresentado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) em novembro, pouco antes de o conflito começar e de o governo do Brasil emitir nota favorável aos Estados Unidos, o que motivou a convocação da diplomação brasileira para uma reunião de queixas em Teerã.
Os U$ 770 milhões representam 4,5% da comercialização externa de Mato Grosso em 2019. O valor é 36,8% a menos do que foi enviado aos iranianos em 2018, quando chegou-se a mais de U$ 1,2 bilhão em vendas e deixou os persas como segundo parceiro do Estado.
Em 2019, o Irã só ficou atrás da China, com 31% do mercado mato-grossense ao comprar U$ 5,2 bilhões, e do Vietnã, com 5% da participação e uma injeção de U$ 851 milhões nos cofres dos produtores locais. Por muito pouco, o Irã não foi ultrapassado pela Espanha, que rendeu U$ 765 milhões aos mato-grossenses.
Os números são a consolidação das exportações brasileiras em 2019 e foram divulgados hoje pelo MDIC. Também no comércio nacional as compras do Irã diminuíram 2,1% e terminaram em U$ 2,2 bilhões. Como as importações do Irã aumentaram em quase 200% o superávit da balança comercial entre as duas nações perdeu U$ 125 milhões desfavoráveis ao Brasil.
Entre os produtos comprados dos brasileiros pelo Irã, o milho tem 45% da representatividade. A Soja, em todas as formas, tem 37% da participação e a carne representa 10% das vendas. O açúcar ficou com 7,5% das vendas.