A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso acompanha o caso de ferrugem asiática detectado no município de Tangará da Serra ( 241 quilômetros ao Oeste de Cuiabá), na região conhecida como Chapadão do Rio Verde e o diretor administrativo da entidade, Lucas Costa Beber, afirmou que a equipe técnica da Aprosoja acompanhará a ocorrência e tranquilizou os produtores. “Como foi verificado a incidência do primeiro foco de ferrugem no Estado, a Aprosoja vai acompanhar se terá evolução. Nessa semana vamos visitar o local e lavouras vizinhas pra ver se teve um aumento e proliferação dos esporos da ferrugem asiática. Porém essa incidência ainda não é motivo para o produtor se preocupe e faça inúmeras aplicações na lavoura”, pontuou Beber, que é produtor em Nova Mutum.
O diretor da Aprosoja também orienta os produtores de soja para “fazer o dever de casa e estar sempre atento, monitorando a lavoura e alerta para que na entrada do período reprodutivo já deve fazer a primeira aplicação de fungicida preventiva”. Segundo Beber, vale ressaltar que o produtor tem inúmeras maneiras de prevenção da doença, a prevenção química, por exemplo, que é atualmente a mais utilizada nas lavouras. “É fato que nenhum fungicida isolado tem controle muito bom, o importante é que tenham combinação de princípios ativos. Os principais são as estrobilurinas e os triazóis, que são as primeiras gerações que controlam ferrugem, depois vieram as carboxamidas. Então o produtor tem que se preocupar com essa doença, mas hoje ela é fácil de tratar, como as doenças humanas no passado que antes matavam e hoje são prevenidas com vacinas, mesma coisa a ferrugem, oferece grande perigo, porém o produtor que faz a prevenção pode ficar despreocupado que dificilmente terá perdas na lavoura”, explicou o produtor.
Ainda conforme ele, o produtor deve optar por fungicidas que tenham pelo menos dois desses princípios ativos, de preferência os três combinados, que contribuirá para tendência de ter menor incidência e menor risco de focos de ferrugem. “Ainda temos o uso de protetores que são os mancozebes, os óxidos de cloreto de cobre e as morfolinas, fungicidas usados antigamente para potencializar os efeitos dos fungicidas usados comumente na lavoura. Então no período de chuvas e umidades, depois da primeira semana de janeiro, que a gente começa ouvir sobre os primeiros focos de ferrugem, que o produtor deve buscar usar bons fungicidas fazendo sempre de maneira preventiva”, disse.
Os efeitos da ferrugem asiática, dependendo do estágio, podem ser catastróficos. Por exemplo, se ela entrar antes do período reprodutivo, ainda no florescimento, ela vai fazer com que a planta aborte suas flores e não enche os grãos, as vagens ficam vazias e as perdas podem chegar até 100% da lavoura. “Na safra 2004/05, quando se intensificaram os focos de ferrugem, pois naquela época não havia o vazio sanitário, aí sim ocorreu uma forte pressão de ferrugem asiática, inclusive muitos produtores quebraram,”, exemplificou.
“Além do controle químico, temos o vazio sanitário que para os produtores do Estado e Aprosoja é sagrado, sem ele o plantio da soja teria sido inviabilizado por conta dos altos custos. E outra coisa que o produtor se atentou com o surgimento da ferrugem, foi o de optar por variedades mais precoces. Antigamente tínhamos materiais de até 145 dias. Hoje em dia é raro ver produtor que planta materiais com mais de 120 dias. A média dos materiais plantados são de 110 até 115 dias. Isso faz com que o produtor fuja desse período com maior propensão à ferrugem”, finalizou.