A Associação Protetora dos Animais do Município de Sinop (Apams) anunciou ontem, por meio de nota publicada nas redes sociais, que o trabalho de recolhimento de animais abandonados nas ruas está suspenso. A presidente da ONG, Luciane Chiarello, explicou, esta manhã, ao Só Notícias, que a decisão foi tomada em decorrência da superlotação do abrigo e para zelar a saúde e integridade dos animais.
“Hoje temos mais de 250 animais. Nas baias onde o ideal é que tenham 3, temos 9, 10. Com isso acontecem brigas. Até mortes já aconteceram devido a brigas, pois a noite não há controle. Um deles perdeu o olho durante uma dessas situações. A população não quer saber e não entende, despeja os problemas no abrigo”, lamentou, Chiarello.
A presidente afirmou ainda que é necessária a aprovação de uma lei municipal que puna e multe os infratores. “Tínhamos a lei pronta redigida por um vereador, mas a prefeitura não deu apoio, porque é necessário um fundo para aplicar o projeto. Não há interesse e assim ficamos enxugando gelo”. “Para estabilizar precisamos, além da parte legal, punição, adoções e lares temporários. Quando você quer fazer o bem a quem não fala, não tem SUS, UPA, está a mercê da boa vontade de um ser, que se diz humano”.
Somente em 2019 foram feitos mais de 700 resgates, 300 procedimentos cirúrgicos e aproximadamente 240 notificações de maus tratos, onde posteriormente foram registrados boletins na delegacia para que os responsáveis sejam punidos perante a lei. Com todas as demandas, o gasto mensal médio para manutenção do local é de aproximadamente R$ 60 mil.
A instituição ainda alertou que “a Apams não é um depósito de animais e sim um lugar de transição (das ruas – para uma nova casa). “Infelizmente, não suportamos tamanha taxa de abandono na cidade de Sinop”.
A Associação já atua no município há 14 anos e o recolhimento dos animais só deve retornar assim que a situação em que a instituição se encontra for estabilizada.