O Tribunal de Justiça decidiu manter a decisão para que um homem de 26 anos seja submetido a júri popular por duplo homicídio. Ele foi preso em Nova mutum, em fevereiro de 2018, acusado de matar a ex-mulher, Aline da Silva, e o namorado dela, Flávio Ferreira da Silva. Os crimes aconteceram em novembro de 2017, na rua São José, no bairro São Cristóvão 1, em Primavera do Leste (230 quilômetros de Cuiabá).
Após o juiz de primeira instância decidir que o réu deveria ser levado a julgamento, por homicídio qualificado, a defesa recorreu. O objetivo foi tentar derrubar as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, em relação aos dois homicídios, e, ainda, revogar a prisão preventiva do suspeito.
Para o relator do recurso, desembargador Marcos Machado, “a dinâmica dos atos criminosos, inerente ao modo de agir atribuído ao recorrente, evidencia que as vítimas foram, aparentemente, abordadas e mortas de maneira inesperada”. Ele destacou que, “nesse quadro, as qualificadoras impugnadas não se afiguram manifestamente improcedentes para serem suprimidas da análise do Conselho de Sentença”.
Ele também votou para manter preso o acusado dos crimes. “A segregação preventiva está fundada na garantia da ordem pública, extraída da gravidade dos crimes [disparos em face dos rostos das vítimas após fim de relacionamento] e reiteração criminosa [envolvimento pretérito em ameaça e lesão corporal no ambiente doméstico]”.
As investigações apontavam para o ex-marido da vítima, com quem ela tinha um filho. Havia informações que o suspeito estava escondido na região de Nova Mutum e uma equipe de Primavera do Leste se deslocou até a cidade para tentar prendê-lo, porém, não foi localizado.
Conforme a delegada Alessandrah Marquez, os policiais buscaram, por dois meses, informações do paradeiro do investigado, descobrindo que ele trabalhava em fazendas da região e o filho ficava com a irmã que morava na cidade. No dia 12 de fevereiro de 2018, os investigadores conseguiram cumprir o mandado.
O réu confessou o crime e disse que atirou nas vítimas, que estavam dentro de um carro, após ter visto eles se beijando. Aline morreu ainda no local. Flávio foi socorrido e faleceu quatro dias depois no Hospital de Primavera do Leste.