O ex-governador Júlio Campos, que desponta como um nome do Democratas para concorrer na eleição suplementar a ser convocada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) após a Mesa Diretora do Senado efetuar a leitura do comunicado de cassação da senadora Selma Arruda, condenada por abuso de poder econômico e prática de Caixa 2, disse que o partido deve ter candidatura própria para atender a uma determinação da executiva nacional da sigla, representada pelo presidente e deputado baiano Antônio Carlos Magalhaes Neto.
“O presidente nacional do partido, Antônio Carlos Magalhães Neto, nos orientou que nós temos que disputar a vaga porque é interesse do partido em nível nacional ter mais um senador. Nós temos seis atualmente e queremos chegar a sete. Baseado nisso, não será muito fácil abrir mão da disputa”, declarou Júlio.
A declaração é contrária à opinião do governador Mauro Mendes. Esta semana, ele defendeu, “por coerência”, a manutenção do apoio Democrata ao ex-vice-governador Carlos Fávaro, que compôs chapa nas eleições de 2018, terminou em terceiro lugar e patrocinou o processo que terminou com a cassação de Selma Arruda.
Sobre a eleição, Júlio Campos acredita que o pleito terá mais do que 15 candidatos, o que, em sua opinião, é natural dada a proximidade das eleições municipais e por ser uma oportunidade para os partidos se testarem nas urnas. Um dos nomes, ele espera que seja o dele.
“Meu nome está à disposição do partido. Agora, você não pode ser candidato de si próprio. Eu coloquei meu nome e estamos dialogando com os companheiros, com as bases do partido porque não pode ser uma candidatura imposta por ninguém. Nem Jayme Campos, nem [o governador] Mauro Mendes, [Eduardo] Botelho ou Dilmar Dal Bosco podem impor um candidato. Vai ter que ouvir os convencionais”, afirmou lembrando que a decisão deve ser tomada por mais de cem democratas com direito a voto para escolha.
Prevendo críticas ao fato de o DEM já ter o irmão Jayme Campos no Senado e de concentrar poder por comandar o Estado e ter a presidência da Assembleia Legislativa, Júlio Campos fez questão de colocar “cada um no seu pedaço”.
“Júlio é Júlio, Jayme é Jayme. A minha carteira de identidade é 00512290-7, o meu CPF 021.838.031-34. Eu sou domiciliado eleitoralmente em Cuiabá, Jayme em Várzea Grande, eu sou engenheiro agrônomo, Jayme é empresário, eu sou viúvo da professora Isabel Campos e Jayme é marido da prefeita Lucimar Campos. Cada um no seu pedaço. Quando eu fui governador, Jayme foi prefeito. Quando eu fui senador, Jayme foi governador. Então, não existe isso, o meu prestígio é meu e o de Jayme é de Jayme”, concluiu.