O senador Jayme Campos defendeu que o Democratas tenha candidatura na eleição suplementar que vai escolher um novo senador para ocupar a vaga da ex-juíza Selma Arruda (Podemos) cassada por abuso de poder econômico e prática de Caixa 2. A eleição deve ser realizada no primeiro semestre do ano que vem e já movimenta a política mato-grossense. Apesar de respeitar o arco de aliança composto para a eleição do governador Mauro Mendes (DEM), o parlamentar ressaltou que o partido tem “estrutura” para ter dois senadores e não vê problema algum em concentrar poder. Se o DEM fizer outro senador, ficará absoluto em Mato Grosso, ocupando, também, o governo e a presidência da Assembleia Legislativa.
“O Democratas tem estrutura para ter uma candidatura própria. Nós fomos eleitos em uma coligação, em um arco de aliança. Então precisamos sentar, discutir, conversar de forma madura qual o melhor caminho tomar. O partido se encontra habilitado para disputar e vamos escolher no momento oportuno quem será o candidato”, declarou Jayme.
O momento oportuno, acredita o senador, será só após fevereiro, quando, em sua opinião, o Tribunal Superior Eleitoral publicar o acórdão da decisão do dia 10 de janeiro que cassou Selma Arruda por 6 votos a 1. Jayme ressalta ainda, que a Mesa Diretora do Senado ainda pode protelar o afastamento por até 90 dias.
“Depois de ser publicado isso irá para Mesa Diretora do Senado e lá o presidente tem a prerrogativa de ler de imediato ou esperar 10, 15, 50 ou 90 dias. Somente depois de lido é que ela será oficialmente cassada. Depois disso é que poderá ser marcada a data de uma nova eleição, porque não há velório sem ter o defunto”, explicou.
Após isso, Jayme entende que é o momento de escolher os nomes e não agora com “candidatos para dar, vender, emprestar e alugar”, que, em sua conta, já são 41. Nestes, se inclui o nome do seu irmão, Júlio Campos (DEM), que já ocupou quase todos os cargos na política e que sonha em fazer uma dobradinha familiar no Senado. Para Jayme, não há nenhum óbice, pelo contrário.
“Não será algo histórico, pois já vi casos de dois irmãos senadores. Lá no Paraná teve o Osmar Dias e o Álvaro Dias [ainda senador pelo Podemos]. São dois irmãos senadores. Existem outros estados que também têm dois senadores no mesmo partido. Não tem nada de diferenciado e é normal. Mas se forem dois irmãos, então é melhor ainda”, enfatizou.