As tecnologias digitais da Indústria 4.0 aumentaram em 31,59%, em média, a produtividade de duas indústrias de Mato Grosso. Elas participaram do programa-piloto Indústria Mais Avançada, executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) com 43 empresas de 24 Estados. Nacionalmente, o ganho médio foi de 22%. O projeto foi o primeiro a testar no Brasil, em todas as regiões do país, o impacto na produção do uso de ferramentas de baixo custo, como sensoriamento, computação em nuvem e internet das coisas (IoT).
A maioria das empresas participantes já estava com bom índice de produtividade antes do piloto, pois tinha passado pelo Brasil Mais Produtivo. O programa do governo federal, executado pelo Senai, elevou em 52%, em média, a produtividade de três mil micro, pequenas e médias indústrias de todo o país por meio de técnicas de manufatura enxuta (lean manufacturing). Após as duas etapas de atendimento de consultores do Senai, o resultado nacional foi o aumento de 85%, em média, na capacidade das companhias de produzir sem alterar o quadro de funcionários.
O objetivo com a experiência-piloto, chamada de Indústria mais Avançada, é refinar um método de baixo custo, alto impacto e de rápida implementação, que ajude as empresas a se inserirem na 4ª Revolução Industrial. Os pilotos foram realizados entre maio de 2018 e outubro deste ano em empresas dos segmentos de alimentos e bebidas, metalmecânica, moveleiro, vestuário e calçados. Em Mato Grosso, as duas empresas são da área de alimentos e bebidas.
Os especialistas do SENAI instalaram sensores, que coletam dados, e coletores, que os armazenam. Em seguida, as informações são transmitidas para a plataforma Minha Indústria Avançada (MInA), que permite acesso aos dados de produção da máquina sensoriada. Por meio de tablets e celulares, os gestores podem acompanhar, em tempo real, o desempenho da linha de produção e, com isso, ter maior controle de indicadores do processo e antecipar-se a eventuais problemas. O equipamento custou até R$ 3 mil.
Uma empresa de Rondonópolis que produz sucos, água de coco e coco ralado, conseguiu elevar em 50% a sua capacidade produtiva com o uso de sensores na esteira que encaminha a garrafa com água de coco para a embalagem. A indústria havia passado pelo Brasil Mais Produtivo no ano passado, quando já tinha conseguido aumentar sua produtividade em 65%. A proprietária da empresa, Mariana Vilela de Oliveira, conta que a nova tecnologia permitia acompanhar, de qualquer lugar, em tempo real, se a máquina parava de funcionar e a quantidade produzida. “A gente conseguiu ter uma visão muito ampla do que é um processo produtivo organizado em uma gestão efetiva”, explica.
A empresária conta que utilizar Indústria 4.0 foi um grande salto, que começou a trabalhar furando o coco com a mão. “Essas tecnologias são muito úteis para uma pequena empresa”, afirma. Para ela, o maior obstáculo à modernização tecnológica é ter trabalhadores capacitados no uso das novas ferramentas. “A gente precisa de pessoas mais qualificadas na nossa linha para conseguir acompanhar, interpretar os dados gerados”, analisa.
A informação é da assessoria da Fiemt.