A força-tarefa da Operação Ararath solicitou ao juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, o desmembramento das investigações, que ‘desceram’ do Supremo Tribunal Federal (STF), após o declínio de competência por conta da restrição do foro privilegiado. Desde o início do ano, a Justiça Federal de Mato Grosso vem mantendo as investigações um único processo. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) solicita que os casos sejam divididos em 4 inquéritos.
“A medida deve ser adotada para fins de eficiência da investigação, uma vez que são fatos autônomos entre si, bem como melhor resguardo do sigilo, uma vez que cada caso será acessado apenas pelos envolvidos”, diz trecho do pedido.Entre os casos a serem desmembrados está chamado ‘Caso 01’, que apura uma suposta tentativa de obstrução de justiça na Ararath, envolvendo o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP).
O caso remete a 2014, quando as investigações chegaram em Maggi, e, segundo as investigações, o ex-ministro teria tentado unificar as teses de defesas indicando o advogado Sebastião Monteiro para a referida função. O advogado chegou a ser contratado por Genir Martelli. Ainda de acordo com o MPF, uma outra tentativa de obstrução, seria o pagamento de R$ 6 milhões para que o ex-secretário Eder Moraes mudasse o seu depoimento junto ao Ministério Público Estadual (MPE).
Há ainda informações sobre suposta tentativa de impedir que Silval fizesse delação com a ida do ex-senador Cidinho Santos (PR) no Centro de Custódia da Capital (CCC), onde Silval ficou preso por quase dois anos.Já ‘Caso 2’ que o MPF solicita inquérito individual, investiga suposta simulação de compra e venda de uma fazenda envolvendo Silval Barbosa, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim e a empresa Trimec.
Já ‘Caso 05’, apura o esquema de mensalinho pago aos deputados estaduais para apoiarem o governo Silval, onde os deputados estadual José Domingos Fraga (PSD), Baiano Filho (PSDB), Oscar Bezerra (PV), Wagner Ramos (PSD), Silvano Amaral (MDB), Gilmar Fabris (PSD), Romoaldo Júnior, os ex-parlamentares Hermínio J. Barreto (já falecido), Airton Português, Alexandre César e Antonio Azambuja, o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), além do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) e a prefeita cassada de Juara, Luciane Bezerra (PV), foram gravados recebendo maços dinheiro dentro do Palácio Paiaguás.
E por último é o caso que remete ao início das investigações que apura um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e financiamento de campanha dentro do Poder Executivo estadual durante os anos de 2006 a 2014.