Susana Vieira mostrou novamente toda a sua extravagância como a eterna vilã Branca de Por Amor, durante a reprise da novela escrita por Manoel Carlos. Agora, a atriz, depois de outras personagens icônicas como a Maria do Carmo, de Senhora do Destino, e a Pilar em Amor à Vida, pode ser vista como a isolada viúva rica Emília no remake de Éramos Seis.
“A minha personagem é uma mulher amargurada porque é fina, de família aristocrata, rica e tem uma filha com distúrbio mental. Ela tem vergonha de contar para a família sobre essa filha”, explicou a veterana em entrevista à revista Guia da TV. “Conheço duas pessoas, que são conhecidísismas inclusive, que tiveram filhos com problemas mentais e nunca mostaram para o público”, relatou ela a respeito das coincidências com a vida real.
De personalidade forte e decidida, assim como a do papel, a artista contou que viver cercada por pessoas trabalhando sempre despertou um desejo por construiu a sua independência, garantindo, ainda, um crescimento do assunto feminismo de forma orgânica.
“Minha mãe trabalhava na Embaixada com o meu pai, então sempre fui acostumada a ver mulheres que trabalham, que saem, que se maquiam”, citou a irreverente atriz, que teve uma criação movimentada. Seu pai era representante da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, na Argentina, enquanto a mãe ficava no consulado. “Sempre vi todo o meu núcleo familiar colocando dinheiro em casa e os maridos ‘machões’… Homem é assim, se você der um pouquinho de confiança, eles serão machistas.”
“O feminismo na minha vida existiu de forma natural porque fui trabalhar, e trabalhar é muito bom”, garantiu Susana, acrescentando que esntrou na televisão “a hora que quis”, sem dar “confiança no sentido de invadir a minha privacidade”.
Ela aproveitou para fazer um balanço desses anos de carreira, iniciada na extinta Tv Tupi.
“Hoje tenho essa consciência [de trabalhar muito] e, algumas vezes, me perguntei se fiz bem ou mal, mas fui aceitando.”
Feliz consigo mesma
Dona de uma autoestima 100%, Susana Vieira, de 77 anos, exala alto astral por onde passa e não se abala. O segredo? “Trabalhar, meu amor, faz bem à saúde, está aqui a minha resposta”, exclamou. “Bonita, renovada, não sei mais o que dizer… Mas o trabalho me rejuvenesce, é a minha escolinha.”
Mas teria ela os seus dias ruins? Para Susana, se achar linda é um exercício diário bem difícil de apagar-se.
“Com meus 77 anos nunca teve um momento em que me olhei no espelho e me senti mal com a minha imagem, nunca! Autoestima, meu amor, a gente tem que aprender a ter!”, finalizou com chave de ouro.