A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá informou, hoje, que concluiu cinco inquéritos e indiciou o jornalista Leonardo Heitor Araujo, 38 anos, por estupro tentado, importunação sexual, ameaça, gravação não autorizada da intimidade sexual e descumprimento de medida protetiva de urgência. O suspeito foi investigado na delegacia especializada da capital por diversos crimes contra a dignidade sexual, sendo que, que até a presente data, foram registrados dez boletins de ocorrências contra ele.
Os inquéritos presididos pela delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis serão remetidos ao Ministério Público Estadual para análise da possibilidade de oferecimento de denúncias e de outras representações cabíveis. De acordo com a delegada, entre as vítimas relacionadas nos inquéritos uma delas recebeu medida protetiva de urgência tendo em vista relacionamento amoroso anterior com o suspeito. A medida determinava que ele não poderia se aproximar do local de trabalho e da residência dela. Durante as investigações, o investigado descumpriu a medida protetiva por ter comparecido no local de trabalho da vítima e ainda feito ameaça.
“Diante dos fatos devidamente comprovados por depoimento de testemunha, interrompemos as conclusões das investigações e imediatamente foi representada pela prisão preventiva do suspeito, sendo que na última segunda feira acompanhada por um agente da Polícia Federal e policiais da Dedm, realizamos a prisão do investigado no aeroporto de Várzea Grande, quando ele retornava ao Estado. Ressaltamos que a medida protetiva é ordem judicial, e como tal, deve ser cumprida. Caso o investigado queira contestar a decisão, ele deve usar os meios legais junto ao Poder Judiciário para tentar revertê-la, e não deixar de cumpri-la por entender ser injusta”, esclareceu a delegada.
As diligências investigativas reuniram material probatório com oitivas de diversas testemunhas, análise de material coletado – inclusive cópias das mensagens trocadas entre vítimas e suspeito – e quebras de sigilos que comprovaram que as mensagens partiram de terminal telefônico registrado em nome do suspeito.
“Com a conclusão dos inquéritos posso afirmar que as ações do suspeito não limitaram-se apenas a incomodar, perturbar ou molestar suas colegas jornalistas com mensagens de cunho sexual. Em um dos casos, uma das vítimas foi socorrida por amigos quando Leonardo tentava estuprá-la. Em outra situação, sem autorização de uma das vítimas, o investigado filmou o ato sexual entre eles e manteve o conteúdo em seu poder”, informou a delegada Nubya Beatriz.
Os casos de menor complexidade foram encaminhados ao Juizado Especial da Capital, logo no início das investigações.
A Delegacia da Mulher identificou registros de ocorrências de crimes sexuais contra o investigado no estado do Espírito Santo e no Distrito Federal.
A informação é da assessoria da Polícia Civil. O jornalista tem negado as acusações e, anteriormente, disse desconhecer que a vítima amparada por ordem judicial que ele não se aproximasse estivesse no imóvel onde ele acabou indo.