O ex-juiz Julier Sebastião formalizou ontem a sua filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) em ato no diretório municipal de Cuiabá. Conforme Só Notícias já informou, o ex-magistrado deixou o PDT por insatisfação com a condução do partido, que está na base de sustentação do governador Mauro Mendes. Ele volta ao PT com a intenção de ser candidato da sigla a prefeito da capital em 2020, embora mantenha discurso cauteloso para não frustrar possíveis alianças no grupo de centro-esquerda que se forma como alternativa aos partidários do governador e do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
“Evidentemente que a questão de candidatura será colocada posteriormente ao partido. Por hora nós vamos nos juntar às fileiras e à militância para que possamos, sem dúvida nenhuma, se tratando de Cuiabá, construir um projeto que aglutine pessoas, que aglutine instituições, partidos, e todos aqueles que querem melhorar a nossa cidade”, declarou.
Julier já se candidatou à prefeitura em 2016, pelo PDT, mas não obteve êxito. Agora, com o PDT mais alinhado à direita, tendo o vice-governador Otaviano Pivetta no Palácio Paiaguás e o deputado Alan Kardec licenciado para ocupar a secretaria de Estado de Cultura e Esportes, o ex-juiz buscou alternativa. “Eu não tenho uma história de covardia. Sou pré-candidato se o partido assim o desejar”, reforçou.
O novo petista acredita que o projeto de candidatura pode se beneficiar com a polarização entre direita e esquerda e com a divisão de votos entre os grupos do DEM e do MDB, que, por enquanto, protagonizam discussões públicas entre o governador Mauro Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro.
“Independente de polarização ou não, essa eleição vai ser daqueles que têm lado. E eu e o Partido dos Trabalhadores temos lado. O lado do trabalhador, o lado do povo, o lado da democracia”, disse.
A candidatura de Julier, de fato, não está assegurada. O deputado estadual Lúdio Cabral, uma das maiores lideranças da sigla em Mato Grosso, tem reiterado que o PT pode abrir mão de encabeçar a chapa em favor de uma composição de centro-esquerda que busque um governo com viés social. O parlamentar acredita que o Partido dos Trabalhadores tem condições de formar chapa com PCdoB, PDT, PROS, PSB e até com o PSOL.