O virtuoso atual campeão River Plate contra a revolucionará máquina do Flamengo: a final da Copa Libertadores-2019, pela primeira vez disputada em jogo único em 60 anos de história do torneio, tem todos os ingredientes para dar aos torcedores um grande jogo de futebol, e sem favorito.
O duelo, com pontapé inicial marcado para às 17h00 (horário de Brasília) no estádio Monumental de Lima (80.000 espectadores), contará com a arbitragem do chileno Roberto Tobar, que terá os compatriotas Christian Schiemann e Claudio Ríos como assistentes.
O River Plate busca a quinta Libertadores de sua história após os títulos de 1986, 1996, 2015 e 2018, os dois últimos já sob o comando do técnico Marcelo Gallardo, que como jogador também ergue o troféu de 1996. Já o Flamengo foi campeão continental apenas uma vez, em 1981, quando o rubro-negro era liderado por Zico, seu grande ídolo.
As autoridades peruana estimam que 4.000 policiais cuidarão da segurança no maior estádio do país. Esta foi a segunda vez consecutiva que a partida decisiva da Libertadores precisou mudar de sede.
Nesta edição, a decisão foi para Lima devido às manifestações populares em Santiago. Em 2018, a final foi parar no Santiago Bernabeu, em Madri, após diversos incidentes violentos nos arredores do estádio Monumental de Buenos Aires. Na capital espanhola, o River ficou com o título depois de vencer por 3 a 1 o arquirrival Boca Juniors, após empate em 2 a 2 no jogo de ida, na Bombonera.
Pela tradição na competição e por estar defendendo o título, além de ter eliminado nas semifinais o Boca Juniors (2-1, 0-1), o River Plate chega menos pressionado ao grande jogo e tem ligeira vantagem sobre o Flamengo, amparado de um estilo ambicioso e ofensivo montado por Gallardo.
“O Flamengo é um grande adversário, como nós somos para eles”, afirmou o técnico do River, que se vencer a final igualará o compatriota Osvaldo Zubeldía (Estudiantes de La Plata) com três títulos de Libertadores como técnico, ficando a um do recorde do também argentino Carlos Bianchi.
“Somos duas ótimas equipes, com as mesmas chances, porque somos duas equipes similares no que diz respeito ao esquema e aos jogadores”, completou Gallardo, que já conquistou 10 títulos desde que assumiu o comando do River Plate, em junho de 2014.
‘Nacho’ Fernández, Exequiel Palacios, Nicolás de la Cruz, Enzo Pérez e Juan Fernando Quintero são os principais nomes do time, que também conta com o talento de atacantes como Rafael Santos Borré, Matías Suárez e Lucas Pratto.
“Em um jogo único vai depender muito de como você estará e como as coisas vão acontecer. Quem for melhor será campeão”, resumiu Borré, autor de dois gols na atual edição da competição.
Taticamente ordenado, o Flamengo é uma máquina dentro de campo e mostrou toda sua força ao golear por 5 a 0 o Grêmio no jogo de volta das semifinais, no Maracanã, após empate em 1 a 1 em Porto Alegre na ida. A chegada em junho do técnico português Jorge Jesus revolucionou o time, que adotou uma postura muito mais ofensiva, com bom toque de bola e uma defesa alta.
Preciso nas contratações, o Flamengo montou um timaço que domina o Campeonato Brasileiro, no qual é líder com grande vantagem, e alcançou sua primeira final de Libertadores em 38 anos. “O River é uma equipe muito forte e merece todo nosso respeito”, elogiou o lateral Rafinha, ex-Bayern de Munique, um dos reforços de meio do ano do Mengão. “É o atual campeão, sabe jogar esse tipo de competição e tem um grande técnico”, completou o jogador de 34 anos.
Gabriel Barbosa, o Gabigol, é o atual artilheiro da Libertadores com sete gols, formando com Bruno Henrique a dupla de ataque mais perigosa da competição. “Sabemos que sempre é difícil jogar contra times argentinos em mata-mata e, especialmente, em finais, mas vamos mostrar nossa capacidade e tentar impor nosso estilo de toques rápidos e velocidade. Será um jogo histórico. Queremos a Copa”, afirmou Gabigol.