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Pesquisadores descobrem novo gênero e espécie de borboleta em Alta Floresta

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A Gazeta (foto: assessoria)

A Revista Brasileira de Entomologia de 2019 anunciou a descoberta de um novo gênero e espécie de borboleta, a Cristalinaia Vitória. Ela pertence à subtribo Euptychiina, um grupo de borboletas pequenas e geralmente pouco chamativas, embora essa tenha um belo padrão de manchas alaranjadas. O artigo científico foi publicado por André Freitas, Thamara Zacca, Eduardo Barbosa e a pesquisadora de doutorado de uma universidade, Luísa Mota, que desde 2015 investiga espécies de borboletas nas trilhas da Reserva Particular de Patrimônio Natural -RPPN Cristalino, na região de Alta Floresta. A pesquisa foi realizada em parceria com a Fundação Ecológica Cristalino (FEC).

Em sua pesquisa, Luísa buscou investigar como as comunidades de borboletas diferem, ou não, e interagem em diversos tipos de ambientes que existem na área do Cristalino. Os dados coletados serviram para subsidiar a pesquisa “Anéis Mimétricos Simpátricos em Lepidoptera – caracterização, estrutura espaço -temporal e estrutura filogenética”.

Ainda no Mestrado, Luísa investigou a interação das borboletas com as formigas. Considerado um dos melhores lugares para observar borboletas no Brasil, a RPPN Cristalino, utilizada também para observação de fauna e flora amazônica por ecoturistas que aportam no Cristalino Lodge, têm chamado a atenção de estudiosos, entusiastas e observadores de borboletas, devido à diversidade e abundância desses insetos nessa região do sul da Amazônia. “Minha pesquisa de doutorado, ainda em andamento, tem como tema os anéis miméticos das borboletas do Cristalino, ou seja, os grupos de borboletas que têm um padrão de coloração semelhante e que sinaliza, aos predadores, que elas possuem gosto ruim e devem ser evitadas. O ano em que permaneci no Cristalino coletando dados sobre mimetismo também resultaram na descoberta de uma nova espécie”, conta a pesquisadora.

O primeiro exemplar conhecido dessa espécie foi uma lagarta que Luísa encontrou por acaso, se alimentando de bambu. “Criei achando que se tratava de uma das várias Euptychiina que são comuns nos bambuzais da região. Para a minha surpresa, quando o adulto emergiu, era diferente de todas elas, e meu orientador, o professor doutor André Freitas, confirmou que se tratava de uma espécie ainda não descrita. Apesar de intensa procura, apenas mais dois indivíduos foram encontrados, o que sugere que seja rara”, afirma.

Para a descrição da espécie, o doutor Eduardo Barbosa e a doutora. Thamara Zacca, que já trabalham há anos com esse grupo de borboletas, realizaram análises moleculares e morfológicas dos espécimes coletados. O que descobriram é que, tanto pelos dados do DNA quanto pelas características morfológicas, especialmente da genitália masculina (estrutura muito utilizada para a identificação e delimitação de espécies em borboletas), a espécie não se encaixava em nenhum dos gêneros já conhecidos de Euptychiina. Assim, foi feita a descrição não apenas de uma nova espécie, mas também de um novo gênero de borboletas.

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