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Apesar de abandonos, PSL de Mato Grosso deve permanecer fiel a Bolsonaro

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Só Notícias/Marco Stamm, de Cuiabá (foto: arquivo/assessoria)

Apesar das declarações públicas dos deputados Nelson Barbudo (federal) e Delegado Claudinei (estadual) dizendo que acompanham o presidente Jair Bolsonaro no novo partido Aliança Pelo Brasil, que deverá ser criado, o secretário-geral do PSL em Mato Grosso, Carlos Hayashida, disse ao Só Notícias que, por enquanto, não há alteração no quadro do partido em Mato Grosso e que a sigla deve continuar apoiando as pautas do presidente Bolsonaro.

“A fala do Nelson Barbudo é que enquanto não houver a criação de fato e de direito do partido novo, ele permanece no PSL. Então, hoje a gente não tem nenhuma alteração na composição do partido em Mato Grosso”, afirmou Hayashida.

A única indefinição dos políticos do PSL que têm mandato elevado em Mato Grosso é do deputado estadual Sílvio Fávero. Embora não descarte acompanhar Bolsonaro, o parlamentar pensa na base do partido que ajudou a construir e, segundo Hayashida, que também é seu chefe de gabinete, está mais propenso a permanecer na sigla. Além do grupo, pesa na decisão o fato de Sílvio ser vice-presidente e poder herdar o comando com a possível saída de Barbudo.

“O Sílvio, como eu, não descarta uma possível ida [para o novo partido], mas a gente está pensando primeiramente naqueles que nos acompanham. Então, não tem como a gente tomar decisão enquanto o partido não for criado, até porque, nem juridicamente é possível a saída dos deputados estaduais proporcionais enquanto não existir este partido novo”, analisou.

“Foi um trabalho nosso, de anos, praticamente montando o partido no estado inteiro e é pensando nesses que é a nossa preocupação para a tomada de decisão. Não tem como a gente ir e simplesmente dar um adeus para quem a gente trouxe para dentro do partido”, completou Hayashida.

Mesmo com a divisão de filiados, Hayashida não acredita que Bolsonaro sairá enfraquecido. Pelo contrário. Ele confia que a divisão vai somar em favor do presidente e cita como exemplo a esquerda, que se concentra em mais de dez agremiações.

“O Bolsonaro não precisa só de um partido. Ele precisa ter uma base de apoio forte. Até para a base da presidência da República é muito salutar o crescimentos desses partidos. Essa máxima de que tentam pregar que para ser Bolsonaro tem que estar no partido dele não procede, eu não concordo e está totalmente fora do que o próprio presidente coloca. Esta aí: ele compôs os ministérios com ministros de outros partidos, pensando numa questão técnica, mas são de outros partidos”, exemplificou citando o DEM e o MDB.

“A gente tem que parar com este pensamento de que quem é Bolsonaro tem que estar no partido do Bolsonaro. Não. Quem é Bolsonaro tem que fazer o nome do Bolsonaro no partido que eles estão”, continuou.

Atualmente o PSL em Mato Grosso conta com 10 mil filiados com ficha assinada e em processamento no Tribunal Regional Eleitoral. O secretário do partido estima que deve perder no máximo 15% dos integrantes “mais fanáticos”. Hayashida acredita que Bolsonaro não vai virar as costas para quem permanecer no PSL e que nem o partido vai perseguir quem continuar a defender o presidente.

Ontem Jair Bolsonaro, que entrou em rota de colisão com o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, anunciou seu desembarque e a intenção de fundar um novo partido. Em Mato Grosso, o PSL já perdeu a senadora Selma Arruda, que migrou para o Podemos.

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